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souza, ernesto wenceslau de (e. tarolo)

Ernesto Wenceslau de Souza nasceu no Funchal a 28 de setembro de 1879. Tipógrafo de profissão, colaborou em diversa imprensa regional como nos títulos Cruz, Esperança, Voz do Operário e Direito. Escreveu o Poema Anti-Puniceo, obra publicada no Funchal, em 1904, que dedicou ao poeta madeirense Alfredo França e que continha poemas de temática essencialmente amorosa, selecionando um destinatário feminino, como se percebe por alguns dos títulos como “Às almas puras”, “À minha noiva”, “A uma rapariga do campo”, “Resposta da minha vizinha” ou “A uma rapariga morena”. Utilizava uma linguagem simples, embora com recurso a estereótipos frequentes na época. As estrofes são sobretudo quadras e quintilhas e os versos decassilábicos. O seu protagonismo no universo da cultura madeirense atinge o seu auge ao assumir a responsabilidade editorial do jornal A Pátria, hebdomadário literário publicado nos anos de 1906 e 1907, com uma breve interrupção no início deste ano. Assim, comprometia-se, no primeiro editorial, de 15 de abril de 1906, intitulado “A Pátria”, a desenvolver o meio acanhado da literatura na Madeira, e exaltava, em simultâneo, a singularidade da “Pérola do Oceano”, “ninho de amores e fonte de poesia, que certamente não terá rival, tanto no clima como na sua população, que é meiga e dócil” (A Pátria, 15 abr. 1906, 1). Este jornal literário pretendia igualmente concretizar o objetivo de dar voz aos que se iniciavam nos caminhos da literatura e, por outro lado, prestar tributo aos que se destacavam nas letras, nomeadamente a escritoras madeirenses. É visível também o propósito de divulgação cultural e literária, evidenciado através de artigos sobre personalidades culturais de índole nacional e não apenas madeirense, bem como de textos de reflexão sobre temas como a educação. Ernesto Wenceslau de Souza assinava frequentemente os seus trabalhos como E. Tarolo, nome pelo qual ficou conhecido no âmbito da sua intervenção literária e cultural. Faleceu no Hospício da Princesa D. Amélia a 25 de dezembro de 1913.   Obras de Ernesto Wenceslau de Souza: Poema Anti-Puniceo, (1904).   Carla Ferreira (atualizado a 09.12.2017)

Personalidades

thomas-stanford, charles

Nasceu a 3 de abril de 1858. Britânico, originário de Brighton, foi membro da House of Commons de 1914 a 1922 pelo Partido Conservador. Antes da sua eleição, desempenhava já uma notável ação cívica em Brighton, nomeadamente como mayor entre 1910 e 1913. Foi o primeiro Baronet de Brighton. O apelido Stanford foi adquirido pelo casamento com Ellen Stanford, sob licença real, e de acordo com a vontade deixada expressa por William Stanford, pai de Ellen. Conheceu a mulher em 1896, na Madeira, tendo casado em maio de 1897. Em 1905, mudaram-se para Preston Manor, em Brighton, casa da família de Ellen que foi depois aberta ao público como museu. Os seus interesses eram amplos, desde a cultura clássica até à arqueologia e viagens. Viveu alguns anos na Madeira e apreciava sobretudo passar ali o inverno, tendo adquirido um conhecimento e um interesse profundos pela ilha, como testemunham as suas obras Leaves from a Madeira Garden (1909), um guia pessoal da cultura e geografia madeirenses, e The Ace of Hearts (1912), uma novela cuja ação se situa na Madeira. No entanto, a sua obra é vasta e os seus múltiplos títulos evidenciam os seus variados interesses e a sua curiosidade intelectual e cultural. A obra Leaves from a Madeira Garden constitui ainda hoje um curioso e interessante atlas da Madeira, comportando 16 gravuras sobre a ilha. Nela, o autor sublinha aspetos como a flora e a paisagem madeirenses na sua diversa geografia, o espaço urbano ou a montanha, descrevendo com pormenor e refletindo sobre as particularidades dos jardins madeirenses ou as tradições, como, por exemplo, as que se encontram na Semana Santa. Faleceu na Inglaterra a 7 de março de 1932. Obras de Charles Thomas-Stanford: Leaves from a Madeira Garden (1909); The Ace of Hearts (1912).   Carla Ferreira (atualizado a 23.01.2017)

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