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cátedra infante d. henrique apresentada nos açores

Depois das cidades do Funchal e Lisboa, eis que a recém-constituída Cátedra Infante D. Henrique será agora apresentada em Angra do Heroísmo, Ilha Terceira no próximo dia 20 de novembro às 21:00h no Salão Nobre da Câmara Municipal da mesma cidade. A Cátedra Infante D. Henrique para os Estudos Atlânticos e a Globalização é uma cátedra FCT acolhida pela Universidade Aberta através do CLEPUL  (Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa) e com a participação da Agência de Promoção da Cultura Atlântica e do Instituto Açoriano de Cultura. Neste âmbito, será anunciado o primeiro evento integrado nesta Cátedra - O Congresso do Espírito Santo a decorrer já em janeiro de 2016, contando com a presença do Pró-Reitor da Universidade Aberta, o Prof. Dr. Relvão Caetano, o Prof. Dr. José Eduardo Franco, Diretor do CLEPUL e os responsáveis pelas agências das Ilhas Atlânticas participantes, APCA e IAC, João Maurício Marques e Paulo Raimundo, respetivamente. Abaixo, assista à comunicação do Magnífico Reitor da Universidade Aberta, Prof Dr. Paulo Dias a quando da apresentação da CIDH na cidade do Funchal no passado dia 21 de julho. https://vimeo.com/134189474

apca assina protocolo de cooperação com arditi e universidade de paris

[caption id="attachment_8614" align="alignleft" width="300"] Prof. Dr. Fabrice D'Almeida. (Fonte: APHG Bureau de Picardie/Lycée J. de La Fontaine)[/caption] Será celebrado no próximo sábado, 14 de Maio, um protocolo de cooperação entre a APCA - Agência de Promoção da Cultura Atlântica, a ARDITI - Agência Regional para o Desenvolvimento, Tecnologia e Inovação e a Universidade de Paris 2, que visa a criação do Instituto de Altos Estudos para a Globalização, Arte e Tecnologia. A assinatura do protocolo tem encontro marcado no Salão Nobre do Governo Regional - Avenida Zarco pelas 11 horas, contando com a presença dos Sr. Secretários Regionais da Educação, Dr. Jorge Carvalho e do Secretário Regional dos Assuntos Parlamentares, Dr. Sérgio Marques e os reitores das Universidades de Paris e da Universidade Aberta. O acordo revela planos de investigação e de desenvolvimento em grandes áreas como as indústrias criativas e culturais, a globalização de caráter social, a tecnologia e as artes e os sistemas de aprendizagem com particular destaque na diáspora. Como partes envolvidas e estritamente ligadas a este acordo temos: a APCA que promove o desenvolvimento cultural no espaço atlântico, insular e continental, atingindo o património de natureza material como imaterial e também a criação contemporânea. A ARDITI corresponde a uma associação de natureza privada e sem fins lucrativos que tem entre outros, o objetivo de reforçar a colaboração com a comunidade científica e empresarial; promover e apoiar atividades de investigação e desenvolvimento (I&D), nomeadamente através de financiamento a projetos de investigação científica e desenvolvimento tecnológico; desenvolver e apoiar ações de formação de recursos humanos; prestar serviços e apoio técnico a pessoas singulares e coletivas, incluindo organismos de administração central, local e regional fazendo da investigação e inovação uma prioridade para a região, apoiando a geração de emprego e crescimento assentes no saber. A Universidade de Paris 2 é considerada uma grande universidade por se basear em dois grandes propósitos: o ensino e a pesquisa. Possui uma larga e profunda experiência no campo da investigação científica e que por cada ano transacto apresenta um número considerável de artigos e livros como também teses de alta qualidade. Dispõe-se a intensificar a colaboração com os seus parceiros e assim, ambos favorecerem dos benefícios bilaterais, podendo aumentar o intercâmbio científico internacional. Depois da assinatura do protocolo haverá uma palestra intitulada “Terrorisme, propagande et mondialisation” que será proferida pelo professor Fabrice d’Almeida. Historiador francês, especialista da temática da propaganda e manipulação social pela imagem, Fabrice d’Almeira é um antigo membro da Escola Francesa de Roma, Professor na Universidade de Paris II Panthéon Assas, e no L’Institut Français de Presse. É também diretor do “Médias et Mondialisation” do IFP. O seu trabalho incide nas temáticas da cultura e iconografia política. É ainda co-fundador do grupo de estudo sobre imagens estáticas e dirigiu de 2006 a 2008 o Instituto de História Contemporânea. A APCA e a ARDITI agradecem a vossa presença nesta conferência deveras importante para o desenvolvimento cultural, estendendo horizontes e novas oportunidades para a Região Autónoma da Madeira.

documentário "colonia e vilões" (1978)

“Para o povo da Madeira” é a formula com que se inicia e termina o documentário “Colonia e Vilões” realizado por Leonel Brito entre 1976/77, o qual teve a antestreia a 16/05/1978 na Sociedade Portuguesa de Autores, registando-se a particularidade de nunca ter sido visualizado nos cinemas da Ilha da Madeira, local onde foi realizado. O documentário ganhou uma Menção Honrosa no Festival de Cinema de Santarém. Versando alguns momentos importantes da História da Madeira num entrelaçar de vozes entre a História oficial e as histórias do povo, o documentário procura traçar uma análise histórica, social e económica da Ilha da Madeira, dando voz aos homens e às mulheres que viveram em silêncio durante séculos de opressão materializada pelo contrato de colonia. As histórias são contadas por uma geração que viveu a experiência da colonia, mantida pela ditadura do Estado Novo, e que procura a esperança depois da revolução do 25 de Abril, focando vários momentos importantes do devir histórico A definição da estrutura social e económica da Ilha da Madeira ficou traçada desde os tempos do povoamento. As Ilhas da Madeira e Porto Santo foram divididas em três capitanias atribuídas a três capitães donatário, Bartolomeu Dias, Tristão Vaz Teixeira e Gonçalves Zarco. Estes, por sua vez, dividiram as terras entre os grandes senhores que as arrendaram aos colonos a troco da divisão dos proventos da terra entre o colono e o seu senhor. Os contratos de colonia apesar de terem tido resultado nos primórdios da colonização, quando a elevada produtividade dos terrenos permitia manter alguma equidade no processo, irão, porém, depois originar profundas divisões socioeconómicas no tecido social da Ilha. O “vilão” trabalhava para alimentar e enriquecer o seu senhor, pagando a sua parte no contrato de colonia, sob pena de ser expulso das terras, ao mesmo tempo que lutava para poder garantir o sustento da sua família. As condições de produção do colono deterioraram-se ao longo do tempo devido ao desgaste das terras e aos maus anos agrícolas. A única opção para o vilão fugir da miséria e da condição de alienação em que se encontrava foi a emigração, sobretudo para o Brasil, Venezuela e África do Sul. Os tempos mudam, os ciclos económicos e sociais sucedem-se, a cultura da cana do açúcar dá lugar ao vinho. Os ingleses tornam-se os senhores da Ilha da Madeira. A monarquia caiu e a República foi implantada e acabou por vigorar a  ditadura do Estado Novo. O único denominador comum entre todos estes regimes é a condição esclavagista dos colonos, pagando o tributo diário aos morgados. O povo paciente enfim revolta-se nos episódios conhecidos como a Revolta da Farinha (1931) e a Revolta da Água na Ponta de Sol (1962), tendo sido todas violentamente reprimidas pelas forças do Estado Novo. A ditadura salazarista não olha o povo na miséria, antes pactua com as elites no sentido de manter o camponês aprisionado à sua condição histórica. Pelos meados dos anos sessenta, a Madeira começou a ser referência no mercado turístico mundial. A construção de hotéis e moradias luxuosas contrastava com uma população predominantemente rural, sem escolas e acesso à educação e aos cuidados de saúde. O desenvolvimento económico da Ilha faz-se lentamente. Em 1974, dá-se a revolução dos cravos, e para o seio da Ilha convergem várias forças que irão definir o futuro dos madeirenses. As forças conservadoras e socialistas procuram encontrar o seu espaço na vida democrática no arquipélago da Madeira. Na pequena localidade da Ribeira Seca, Machico, liderada pelo seu pároco, o Padre Martins torna-se o rosto da luta popular pelos ideais de Abril, em guerra aberta com o bispo D. Francisco Santana que será uma das figuras tutelares e doutrinárias da transição democrática na Ilha da Madeira. Aos poucos o “vilão” procura olhar o senhor nos olhos, e reivindicar um trabalho digno e justo. Que cada um sobreviva com o suor do seu trabalho. Com imagens dos vales verdejantes da Ilha pontuada com extratos dos raríssimos filmes de Manuel Luíz Vieira, “Colonia e Vilões”, o documentário produzido pela mestria de Leonel Brito, oferece ao espetador uma visão única e original sobre a História dos madeirenses, tendo como ator principal do documentário o vilão, pilar humano que lançou as fundações da Ilha da Madeira, e que, desagrilhoado da colonia, passou a poder ter voz na construção do seu futuro. https://vimeo.com/115476901 Ficha Técnica (por ordem no documentário) Texto: Jornal Caseiro Rogério Rodrigues Voz: Márcia Breia e Luís Alves Realização: Leonel Brito Montagem: Manuela Moura Direção de Fotografia: Elso Roque Assistente de Imagem: Pedro Efe Eletricista: Amadeu Lomar Som: João Diogo e Carlos Alberto Sonoplastia: Raúl Ferrão Produtor Executivo: Cremilde Mourão, César O. Monteiro e Ana Paula Veríssimo Laboratório de Imagem: Tóbis Portugal Estúdio de Som: Valentim de Carvalho e Nacional Filmes Produção: Cinequanon Apoio Financeiro: IPC – Instituto Português de Cinema Leonel Brito - Produtor e realizador de cinema e televisão, editor e fotógrafo. Nasceu em Moncorvo em 1941. Licenciou-se em engenharia agrária, mas prosseguiu a carreira no cinema e televisão, dedicando-se ao cineclubismo. Em 1972, foi aluno do primeiro curso de cinema e fotografia da AR.CO – Arte e Comunicação. Foi diretor do ABC Cine Clube e Cine Clube Imagem e cofundador da Cooperativa Cinequanon, em 1974. Exerceu, em 1976, as funções de representante da ACOBAC, tendo sido conselheiro de David Mourão Ferreira no secretariado do estado da cultura. Na sua longa e vasta carreira cinematográfica e na televisão, produziu e realizou inúmeros filmes e séries, dos quais avulta, “Caldo de Pedra”, com textos de Luís de Sttau Monteiro, “Portugal de Faca e Garfo”, “ Freiras de Portugal” e as séries “Do Paleolítico ao Romano” e “Romanos Entre Nós”. Realizou documentários premiados que marcaram o panorama do cinema português, tais como, “Gente do Norte”, “Colonia e Vilões”, “Guerra Junqueiro” e dois filmes biográficos sobre Félix Ribeiro. Leonel Brito participou em festivais nacionais e internacionais de grande relevo, tais como a mostra de cinema de português em Poitier, no Ciclo de Cinema Português do Festival de Cannes e nas mostras de cinema Português na Alemanha, Guiné, Angola e Brasil. Realizou trabalhos como produtor discográfico, produzindo o disco “José Mesquita Canta Poetas de Coimbra”, a banda sonora do filme de António de Macedo “Princípio de Sabedoria" e a coletânea de seis discos “Tempo de Coimbra” o CD de homenagem a José Afonso da Câmara Municipal de Coimbra. Dedicou-se também à fotografia e jornalismo produzindo vários livros de gastronomia, A Cozinha Descoberta pelos Portugueses, O Alentejo e O Minho, editados pelo Círculo de Leitores. Publicou ainda Uma Patine Milenar, Comida de Cheiros (Edição Câmara Municipal de Castelo de Vide), Alentejo a Caça no Prato, edição Enasel e Comeres de Azeite, um edição da A.D.R.A.L. Em 1984, Leonel Brito venceu com Fernando Dacosta o 1º Grande Prémio de Reportagem de 84, pelo livro Os Retornados Estão a Transformar o País. Fundou vários periódicos, o “Ribatejo” (1984), “Campomaior” (1991) e o “ZM- Semanário da Zona dos Mármores”(1993). Leonel Brito foi também o responsável pela descoberta dos filmes de Aurélio Paz dos Reis, primeiro cineasta português. Bibliog.: http://lelodemoncorvo.blogspot.pt/2011/03/torre-de-moncorvo-escaparate-xi.html consultado a 21/12/2015. http://www.cinept.ubi.pt/pt/filme/1159/Colonia+e+Vil%C3%B5es consulado a 21/12/2015.

efan - estudos nobricenses - associação

A 30 de novembro de 2005 nasceu a EFAN-ESTUDOS NOBRICENSES-ASSOCIAÇÃO no Salão-Biblioteca da Ribeira Seca, freguesia e concelho de Machico, na ilha da Madeira, com o objetivo de investigar e divulgar a obra do conterrâneo Francisco Álvares de Nóbrega, mais conhecido por “Camões Pequeno”, bem como a história e a literatura de Machico. Palavras-chave: Estudos nobricenses; Associação; Camões Pequeno; Machico; Poeta; Literatura. [caption id="attachment_8508" align="alignleft" width="225"] Fig. 1 – Estátua de Francisco Álvares de Nóbrega(jardim da casa do escultor José Luís Alves Paixão)[/caption] A 30 de novembro de 2005, um conjunto de cidadãos encabeçado por José Martins Júnior constituiu a EFAN-Estudos Nobricenses - Associação por tempo indeterminado, sem fins lucrativos, de âmbito nacional, e com sede no Salão-Biblioteca da Ribeira Seca, freguesia e concelho de Machico, e com os seguintes objetivos: “a investigação e divulgação da obra de Francisco Álvares de Nóbrega bem como da história e literatura do concelho de Machico” (2.º Cartório do Funchal..., Estatutos, n.º 21, liv. 1517, fl. 20). Com a constituição desta Associação, a data do aniversário natalício do contemporâneo de Manuel Maria Barbosa du Bocage, 30 de novembro de 1773, começou a ser assinalada de uma forma sistemática em variadíssimos locais e de distintas formas: com declamações de poemas, dando a conhecer novas investigações, oferecendo à estampa várias publicações, e com representações e musicalizações de textos; exemplo disto foi a musicalização e interpretação do soneto “À Pátria do Autor” pelo grupo coral da Associação Grupo Coral de Machico. Dos primeiros anos de vida da EFAN, destacam-se três publicações: as Actas do Bicentenário de Francisco Álvares de Nóbrega (1773-1806), de 30 de novembro de 2006; uma antologia de importantes textos dos investigadores Ivone Alves, Rui Nepomuceno e Daniel Pires; o Processo da Inquisição n.º 15.764, um trabalho de 2007 da investigadora Ivone Alves, no qual é analisado o volume incompleto e restaurado do processo inquisitorial de Francisco Álvares da Nóbrega, com 28 fólios e data de abertura a 22 de junho e de encerramento a 13 de agosto de 1803; e o drama em um ato e quatro quadros denominado Camões Pequeno, de João França, editado em 2014, o qual “reproduz o ambiente sociopolítico vigente em Portugal na transição dos sécs. XVIII - XIX – ainda sob o regime da Inquisição – e pretende esclarecer “ao vivo” o drama e a obra de Francisco Álvares de Nóbrega» (FRANÇA, 2014, 77). Bibliog.: datilografada: 2.º Cartório do Funchal de Manuel Figueira de Andrade, Estatutos EFAN-Estudos Nobricenses-Associação,, n.º 21, liv. 1517, fl. 20, 30 nov. 2005; impressa: ALVES, Ivone Correia, “Para uma Biografia de Francisco André Álvares de Nóbrega”, in Francisco Álvares de Nóbrega 1773-1806. Bicentenário 2006-2007. Actas das Comemorações, Machico, EFAN-Estudos Nobricenses, 2007, pp. 11-26; FRANÇA, João, Camões Pequeno, Drama em Um Acto e Quatro Quadros, Machico, EFAN-Estudos Nobricenses, 2014; INQUISIÇÃO DE LISBOA, Processo n.º 15.764, Introdução e notas de Ivone Correia Alves, Machico, EFAN-Estudos Nobricenses, 2007. Emanuel Ricardo Franco Sousa (atualizado a 20.05.2016)