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nunes, manuel

Manuel Nunes nasceu na ilha da Madeira, na freguesia do Paul do Mar, em 1848 e morreu, com 51 anos, na freguesia de São Gonçalo, a 28 de dezembro de 1899, quando ali exercia funções eclesiásticas como pároco, depois de ter sido ordenado presbítero por D. Patrício Xavier de Moura, a 25 de maio de 1872. Era filho de Tomás Nunes, do Jardim do Mar, e de Maria Joaquina, natural do Paul. Foi batizado a 22 de dezembro de 1848 pelo P.e Francisco Plácido da Silva, vigário do Paul. Em 1 de março de 1873, tornou-se pároco convidado do Jardim do Mar; em 1 de dezembro de 1875, cura de Santa Luzia; mais tarde, em 11 de novembro de 1878, pároco convidado da mesma freguesia; em 4 de julho de 1887, cura de São Martinho; e a 7 de março de 1893, tomou posse da igreja de S. Gonçalo, onde teve instituição canónica e acabou por produzir a maior parte das suas composições. Sacerdote, reconhecido pelas suas orações sagradas, famosas pela elegância da forma e correção da linguagem, músico que deixou várias produções apreciadas no seu tempo, baixo barítono muito considerado na música sacra – a música comum a toda a ilha da Madeira, dizia em 1869 o bem conhecido escritor russo Platão de Vakcel, reduz-se a dois ou três géneros de trovas, acompanhadas de violas, rajões e machetes, dos quais se tiram sempre as mesmas modulações, ora em acordes simples, ora em dobrados –, na verdade, um digno literato, conquanto somente depois da sua morte tenham sido reconhecidos os seus méritos nos meios intelectuais. Colaborou em vários jornais locais, mas especialmente no Diário de Notícias. Há versos seus no livro Paróquia de Santo António, de Fernando Augusto da Silva. Cultivou com brilho as letras, sendo a poesia satírica o género literário de que mais cuidou. Luís Marino, na obra Musa Insular, tem o mérito de ter colhido e fixado alguns poemas que permitem ao leitor aferir da qualidade poética de Manuel Nunes, sendo eles o “Hino da Sociedade Artístico Musical”, que comporta como epígrafe “que se organizou nesta cidade, para compor a orquestra do novo teatro D. MARIA PIA”, o “Hino” do 7.º centenário do nascimento de S.to António e a composição inédita “Repique do Baptisado”.   António José Borges (atualizado a 03.03.2018)

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