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monteiro, josé leite

José Leite Monteiro nasceu no Porto a 27 de setembro de 1841. Foi advogado, professor, escritor e político. Fez o curso de Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, em que ingressou em 1859, tendo concluído os estudos em 1864. Estabeleceu-se, em seguida, no Funchal, onde abriu um escritório de advocacia. Diz o Elucidário Madeirense que José Leire Monteiro nutria pela Madeira uma “carinhosa idolatria”, semelhante à que seria possível num filho natural da Ilha (SILVA e MENESES, II, 1998, 227); foi aí que desenvolveu a sua atividade profissional e intelectual. Foi professor no liceu do Funchal, depois de, em 1867, ter alcançado a nota mais elevada no concurso público para professor de Filosofia dos liceus. Passou a sua vida profissional na Ilha, a qual representaria um dos vértices das suas preocupações e dos seus interesses. Na vida pública, desempenhou funções em várias comissões de serviço, como governador civil substituto, como membro do Conselho do Distrito, como presidente da Junta Geral e como presidente da Câmara Municipal do Funchal. De salientar ainda que fez parte do Partido Fusionista e que entrou nas lutas políticas madeirenses de 1868, no âmbito das quais prestou serviços ao Partido Regenerador. José Leite Monteiro colaborou com vários jornais do Funchal, chegando a ser redator do jornal O Direito, órgão da política regeneradora. Também publicou vários livros, entre os quais se destacam O Ultramontanismo na Instrucção Publica de Portugal, de 1863, e Elementos de Direito Civil Portuguez, de 1895. Foi sócio efetivo da Associação de Direito Internacional. Em colaboração com o Cón. Alfredo César de Oliveira, coligiu diversos poemas dispersos de autores madeirenses, que acabariam por ser publicados num volume com o título Flores da Madeira. Morreu no Funchal, a 10 de março de 1920. Obras de José Leite Monteiro: O Ultramontanismo na Instrucção Publica de Portugal (1863); Elementos de Direito Civil Portuguez (1895).   Raquel Gonçalves (atualizado a 01.02.2018)

História da Educação Personalidades

machado, bernardo francisco lobato

Nasceu na Madeira, em 1802. Advogado provisionista e jornalista, em qualquer uma destas facetas Lobato Machado deixou marca e as suas ações geraram tudo menos indiferença. Fernando Augusto da Silva, no seu livro O Arquipélago da Madeira na Legislação Portuguesa, refere-se a ele “como um hábil advogado e deixou alguns escritos, que ao tempo gozaram de merecida reputação, especialmente um bem elaborado formulário acerca de várias questões forenses. Tornou-se muito conhecido como jornalista pela violência com que atacava os seus adversários e pela linguagem injuriosa de que geralmente usava, vendo-se obrigado a homisiar-se para escapar às ameaças de prováveis represálias. Ainda há poucos anos se falava com frequência nos artigos de descomposta verrina, que Lobato Machado publicara no jornal semanal A Vergasta, de que foi o redator principal” (SILVA, 1941, 28) Além de ser redator principal de A Vergasta, colaborou ainda nos jornais Amigo do Povo, Clamor Público e Justiça. Só pelo título, A Vergasta é elucidativa da violência dos textos aí produzidos. O espírito do jornal era explícito numa frase impressa junto ao título que rezava o seguinte: “Este jornal, por enquanto, não tem dia certo de publicação e aparecerá quando menos o esperarem”. Sendo redator principal, supõe-se que muitos dos textos fossem da sua autoria, apesar de os mesmos não serem publicados com assinatura. Os escritos deste jornal deveriam causar mossa e provocar celeuma na sociedade, nomeadamente na classe dirigente. Veja-se este texto, constante no número 37: “Esta folha precisa entrar num caminho novo! Temo-nos convencido de que nada se faz com águas mornas! Estamos em período de resistência e revolução! Temos de ser severos, implacáveis, como a cólera do povo! Esmaga-nos uma reação local, não sabemos se estúpida, se grutesca, se selvagem! A todo o momento aguardamos da misericórdia do governo da metrópole o restabelecimento da ordem, perturbada pelos abusos, e pela corrupção do poder administrativo neste distrito! O governo sacrifica o povo às consequências particulares destas autoridades: Nega-se a praticar, pela ordem, a reabilitação da ordem pública! Pois bem tem de nascer do povo a justiça! Nós, pela nossa parte, vamos renovar todos os meios de defesa!... Não aconselhamos o tumulto material, o derramamento de sangue, porque o irrisório Karlaff de S. Lourenço não vale a pena uma gota de sangue precioso das veias do povo” (MACHADO, A Vergasta, 2 jan. 1875, 1). Homem do seu tempo e empenhado nas questões políticas e sociais, Lobato Machado notabilizou-se ainda pela sua ação enquanto advogado e por outras publicações na sua área profissional, de que é exemplo o Formulário de todos os Autos, Termos, Certidões e Despachos dum Inventário, conforme Decreto de 21 de Maio de 1841. Refira-se que Bernardo Francisco Lobato Machado fazia parte da classe dos advogados provisionais ou provisionistas, os quais preenchiam a falta de bacharéis formados em direito e, mesmo sem as necessárias habilitações legais, ombreavam com os profissionais, destacando-se nessa área pelas suas capacidades intelectuais e pela sua capacidade de trabalho. Faleceu a 20 fevereiro de 1878. Obras de Bernardo Francisco Lobato Machado: Formulário de todos os Autos, Termos, Certidões e Despachos dum Inventário, conforme Decreto de 21 de Maio de 1841.   Raquel Gonçalves (atualizado a 01.02.2018)

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