água de pena
Lançarote Teixeira mandou construir a capela chamada de Santa beatriz, o mesmo nome de sua esposa, tendo em seu lugar sido erguida, em 1745, a igreja que adoptou a mesma denominação. Quase na outra extremidade da freguesia, ergue-se no arvoredo do sítio dos Cardais a capela do Sagrado Coração de Jesus. Aqui apanhamos a Levada Nova do Poiso, que passa por campos de cultivo, paredes-meias com os Fontanários e o Lavadouro Público desenhado por Chorão Ramalho. Desemboca bem perto do Miradouro Francisco Álvares de Nóbrega, considerado por Horácio de Bento Gouveia como o maior poeta madeirense do século XVIII. Sobranceira ao mar, perto do aeroporto, a Fonte do Seixo, que segundo se julga é a mesma fonte narrada por Gaspar Frutuoso onde os descobriram se deliciaram com uma água límpida e fresca, tão leve que chamaram ao sítio Água de Pena.
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Igreja de Santa beatriz
Construída no ano de 1745, no local onde antes existia a capela de Santa beatriz, e onde segundo as crónicas, daqui cresceu a freguesia. Foi mandada construir por Lançarote Teixeira, que lhe deu o nome da Santa beatriz, por ser o mesmo da sua esposa. A fachada principal ostenta a cantaria regional, de basalto, e no cimo da mesma, uma Cruz de Cristo. No último domingo de julho realiza-se uma Festa popular em honra de Santa beatriz e que tem nesta igreja o seu epicentro.
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capela do Sagrado Coração de Jesus
Situada no centro de uma frondosa vegetação é atualmente um local de meditação procurado pela população e onde inúmeros romeiros veneram Nossa Senhora de Fátima. Comprovando a importância do culto diga-se que atual capela foi recuperada a custos da população. No entanto, a fundação da capela data de 1907, por iniciativa do cónego Henrique de Bettencourt. A partir deste ponto temos acesso à Levada Nova do Poiso, a qual atravessa a freguesia, até ao complexo turístico da Matur, atualmente espaço de residências.
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Fonte do Seixo
A origem do nome da freguesia supostamente encontra-se associada ao episódio da descoberta da mesma, narrado pelo cronista Gaspar Frutuoso e provavelmente com ligação a esta fonte natural. Na sua busca inicial, os descobridores encontram uma fonte de águas límpidas e frescas, com a qual mataram a sede. Supõe-se que a origem do nome deriva da corruptela de “Água de Penha”, ou seja a água a brotar de uma rocha. O frontispício data de 1903.
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Fontanários
Testemunho de uma época em que água potável era disponibilizada apenas nestes espaços públicos, os quais revestiam-se também de importância social, dado que as idas à fonte se constituíam como momento de reforço da identidade da comunidade. Ficava-se a par das novidades e descobriam-se amores, como narrado pela canção popular “Canção da Fonte do Seixo”. Perderam a sua relevância com o desenvolvimento da rede de água potável em meados do séc. XX, a qual passou a fazer a distribuição em cada casa.
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Lavadouro Público
Este imóvel, cuja traça aponta para a autoria de Chorão Ramalho, importante arquitecto modernista português, caracteriza-se pelo minimalismo modernista. Para além do valor arquitetónico, este imóvel é um testemunho da vivência comunitária do passado. Além do valor utilitário, enquanto se lavavam as roupas trocavam-se as novidades e debatiam-se diversos assuntos de interesse comum.
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Miradouro Francisco Álvares de Nóbrega
Para além da vista soberba sobre o vale de Machico, que faz com que seja uma paragem obrigatória, celebra igualmente o poeta nascido na cidade de Machico, em 1772, o qual foi considerado pelo escritor madeirense Horácio Bento de Gouveia como o maior poeta ilhéu do séc. XVIII. A sua obra, constituída principalmente por Sonetos e Glosas, é considerada um dos maiores exemplos da literatura de cordel madeirense. Gravado na eterna pedra encontra-se o poema dedicado à sua terra.
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Posto de transformação Chorão Ramalho
Construído entre 1946 e 1970, da autoria do célebre arquitecto Chorão Ramalho, estes postos de reforço de electricidade, com a mesma arquitectura pontuam a ilha, tornando-se um registo típico da paisagem humanizada da Madeira criada no século XX. A forma paralelepipédica com as fachadas cegas, à excepção do alçado principal, tem a aplicação da sempre presente pedra basáltica, revelando a preocupação do arquitecto em integrá-lo na tradição arquitectónica do arquipélago.
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Levada Nova do Poiso
O percurso inicia-se na Quinta do Serrado das Ameixieiras, passa pela capela dos Cardais, pela Igreja Matriz de Água de Pena e termina no complexo habitacional da Matur. Atravessando toda a freguesia num terreno em bom estado e sem abismos, proporciona um agradável passeio com o mar como fundo. Um percurso que permite descobrir o luxuriante Património natural da localidade.
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Textos: César Rodrigues
Fotos: Rui Camacho