albuquerque, aires roque de freitas de

28 Jan 2021 por "Cláudia Neves"
Personalidades

Aires Roque de Freitas de Albuquerque nasceu a 17 de agosto de 1904, no Arco da Calheta, filho de Flávio de Freitas de Albuquerque e de Isabel das Mercês Sardinha Albuquerque, proprietários, que moravam na Fonte do Til. No registo de batismo, datado de 28 de agosto de 1904, pode ler-se que o cirurgião Manuel Sardinha e a esposa, Cristina de Sousa Sardinha, foram os padrinhos.

A 29 de julho de 1933, casa-se com Marília de Freitas Rodrigues, filha de João Rodrigues e de Elisa Amália de Freitas Rodrigues. Deste casamento nasceram quatro filhos, Flávio Rodrigues de Freitas Albuquerque, Alexandra Rodrigues de Freitas Albuquerque, Marília de Freitas Albuquerque Caldeira e Julieta Rodrigues de Freitas Albuquerque.

Frequentou o Liceu do Funchal e depois dedicou-se ao comércio. Sabe-se que por altura do seu casamento era guarda-livros. Foi administrador de circunscrição durante alguns anos em que esteve em África, voltando depois para a Madeira, onde continuou a exercer a sua atividade comercial.

Escreveu vários artigos sobre história e genealogia, os quais foram publicados em jornais e revistas da Madeira e do Brasil; colaborou na Revista Genealógica Latina, e publicou, em 1972, a Efeméride Ultramarina: Tratado de Simulambuco, coletânea da série de 26 artigos publicados no Jornal da Madeira com o título genérico de “Em Terras de N’Goio e de N’Gola”. Esta obra, oferecida “À Juventude Portuguesa que nas terras do ultramar defende a ordem, a paz e a civilização” (ALBUQUERQUE, 1974), recebe o prémio de 1972 da Agência Geral do Ultramar. De salientar ainda o artigo que escreve a 15 de dezembro de 1979 no Jornal da Madeira sobre João Agostinho Figueiroa de Freitas de Albuquerque.

Ficou conhecido por ter sempre defendido os ideais democráticos e republicanos. A 28 de novembro de 1984, já a viver fora da Madeira, Aires Roque dá uma entrevista – um testemunho que serviu para enriquecer a obra A Revolta da Madeira de 1931, escrita por Elisa de França Brazão e Maria Manuela Abreu, e que versava exatamente esta temática, mencionando a posição dos madeirenses perante o monopólio das farinhas e a reação das pessoas durante as lutas travadas –, dando a sua opinião sobre o acontecimento.

Aires de Albuquerque, querendo estar junto dos filhos, vai viver para Oeiras, onde morre seis anos depois, a 10 de fevereiro de 1987.

Obras de Aires de Roque de Freitas de Albuquerque: Efeméride Ultramarina: Tratado de Simulambuco (1972).

 

Cláudia Neves

(atualizado a 25.11.2016)

Bibliog.: manuscrita: ABM, Conservatória do Arco da Calheta, liv. 7452, fl. 56, n.º 9, Registo de Batismo de Aires Roque de Freitas de Albuquerque; Ibid., Conservatória do Registo Civil do Funchal, reg. N.º 213, mç n.º 5, Registo de Casamento de Aires Roque de Freitas de Albuquerque; impressa: ALBUQUERQUE, Aires Roque de Freitas, Efeméride Ultramarina: Tratado de Simulambuco, Funchal, s.n., 1974; BRAZÃO, Elisa de França e ABREU, Maria Manuela, A Revolta da Madeira 1931, 2.ª ed., Funchal, DRAC, 2008; CLODE, Luiz Peter, Registo Bio-bibliográfico de Madeirenses: Séculos XIX e XX, Funchal, Caixa Económica do Funchal, 1983; MOYA, Salvador (dir.), Revista Genealógica Latina, vol. VIII, São Paulo, s.n., 1956.

palavras-chave associadas
ram // guarda