melim, fernando de
Fernando de Melim nasceu na freguesia de Santa Luzia, no Funchal, a 30 de maio de 1918, sendo filho de Teotónio José de Melim e Maria José Ferreira Melim. Casou-se com Maria Lídia do Rosário Coelho, em 21 de julho de 1947.
Fez o seu percurso académico nesta mesma cidade, do qual constam os cursos de Desenho Ornamental e Embutidos da antiga Escola Industrial e Comercial do Funchal, o Curso do Instituto Comercial do Funchal e o Curso Complementar do Comércio da Escola Industrial e Comercial do Funchal.
Em 1941, não podendo, por razões económicas, prosseguir estudos fora da Madeira, e não conseguindo encontrar trabalho nesta cidade, graças à forte recessão que então se vivia devido à Segunda Guerra Mundial, aproveitou a abertura de vagas para o Exército Português e integrou o Curso de Sargentos Milicianos desse ano. Foi militar do quadro permanente do Exército, do qual passou à reserva em 15 de dezembro de 1975, com o posto de sargento-ajudante, depois de ter feito várias comissões de serviço no então Ultramar português, designadamente em Angola e Moçambique.
Desde muito novo, Fernando de Melim revelou interesse por questões de índole cultural. Durante o ensino secundário, promoveu a realização de uma série de récitas estudantis, duas das quais chegaram a ir à cena no Teatro Municipal do Funchal. Nessa mesma época, em 1939, elaborou diversas gazetilhas, das quais duas – O Bibi e A Faísca – perduraram para a posteridade. Estes magazines, em virtude da absoluta falta de meios existentes, tiveram um tipo de divulgação deveras peculiar, circulando de mão em mão no círculo de amigos e conhecidos.
Durante o tempo em que foi militar, colaborou no Jornal do Exército e em boletins militares das forças militares em Angola e em Moçambique. Terminada a vida militar, incrementou a sua produção literária, tendo colaborado regularmente em vários órgãos de comunicação social, dos quais se destacam a participação permanente e com a duração de vários anos no Diário da Madeira, com as secções “Se Eu Fosse Deputado”, “A Minha Gazetilha” (verso) e “Fala o Vereador n.º 10”. No Eco do Funchal, também eram suas as secções de “Cartas a Um Conterrâneo” e “Zé Funchal”. No Boletim do Marítimo, colaborava com gazetilhas e artigos desportivos, enquanto no Re-nhau-nhau publicava textos de humor. No Jornal da Madeira, mantinha a rubrica “Da Minha Janela sobre o Funchal”. Esporadicamente, produzia alguns artigos para o Diário do Alentejo.
Para além da sua colaboração a nível da imprensa escrita, integrou também as seguintes associações: sociedade Portuguesa de autores, desde 1959; Associação Portuguesa de Escritores, desde 1995; Associação de Escritores da Madeira e Açores, desde 1999, de que foi sócio fundador; e a Associação de Escritores da Madeira, desde a sua fundação, em 2001. Estendeu ainda a sua ação a outras atividades noutras áreas, das quais se destacam a de delegado na Madeira do grupo onomástico Fernandos de Portugal, organização na qual, durante décadas, promoveu regularmente convívios, e a de delegado para a Zona Militar da Madeira da Associação dos Militares na Reserva e Reforma.
Foi referido em várias publicações, nomeadamente Musa Insular: poetas da Madeira, do poeta e jornalista Luís Marino (1959), e Os Militares e a literatura Madeirense, do Prof. João David Pinto Correia (1998), tendo publicado as obras Horizontes Ilhéus (1994) e A Madeira Vista pelos poetas (2002).
Faleceu no Funchal a 14 de janeiro de 2007.
Obras de Fernando de Melim: Horizontes Ilhéus (1994); A Madeira Vista pelos poetas (2002).
Fernando Marcelo de Ornelas Melim
(atualizado a 01.02.2018)