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mendonça, duarte jorge de

Duarte Jorge de Mendonça nasceu na freguesia de São Jorge, concelho de Santana, ilha da Madeira, em 2 de setembro de 1936 e faleceu em São Paulo, Brasil, a 22 de novembro de 1977. Era filho de Noé Joaquim de Mendonça e de Maria Tolentina Jardim Brazão de Mendonça, também de São Jorge. Em julho de 1947, juntamente com sua mãe e seus irmãos, emigrou para o Brasil, a fim de se juntar a seu pai, que lá se encontrava desde há alguns anos. Em janeiro de de 1948, entrou para o Seminário São Fidélis, pertencente aos Frades Capuchinhos, na cidade de Piracicaba, no interior de São Paulo. Ali se formou em Filosofia, Teologia e Pastoral. Em 25 de dezembro de 1957, na cidade de Mococa, no interior do Brasil, fez a sua profissão solene na Ordem dos Frades Capuchinhos, tomando o nome de Fr. Jorge Maria do Funchal. Com apenas 24 anos, mediante licença especial do Vaticano, foi ordenado sacerdote em 1 de julho de 1961 e, no dia seguinte, celebrou a primeira missa no Santuário da Imaculada Conceição. Detentor de uma memória privilegiada e singular inteligência, foi convidado a estudar na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, onde se doutorou em Filosofia. Paralelamente, licenciou-se em Filosofia franciscana no Studio Francesco do Collegio Internazionale S. Lorenzo da Brindisi, dos Frades Capuchinhos de Roma. Os seus conhecimentos de latim e grego permitiam-lhe o domínio das línguas francesa, espanhola, italiana, inglesa e alemã, tendo-se aperfeiçoado em cursos feitos em Bregenz, Innsbruk e Paris. Na viagem de regresso ao Brasil, em agosto de 1963, visitou a sua terra natal e celebrou a missa nova na igreja paroquial de São Jorge. Ali, foi recebido com grande entusiasmo pelos seus familiares, autoridades locais e demais conterrâneos, como atesta o Diário de Notícias do Funchal de 1 de agosto de 1963. No Brasil, foi professor de Filosofia nos seminários de Veneza e Londrina, na Pontifícia Universidade de Campinas e na Faculdade de Filosofia de Nossa Senhora Medianeira; participou ativamente em diversos congressos e encontros de Filosofia realizados no Brasil. Entre 1966 e 1968, foi guardião do Convento de São José em Mococa, onde fundou equipas de jovens e de casais. Em São Paulo, foi ecónomo dos Capuchinhos e orientador espiritual de movimentos religiosos que se estendiam às cidades de Nova Veneza Americana, Campinas e Sumaré. Filantropo e benemérito, é autor de textos e artigos publicados em várias revistas, assim como de poesias, algumas das quais se encontram reunidas em Encontros, coletânea de poemas de sua autoria. Após o Concílio Vaticano II, colaborou na implementação das novas diretrizes e passou a usar o seu nome de batismo. Um aneurisma cerebral ceifou-lhe a vida aquando da realização do capítulo da sua congregação onde seria eleito provincial da Ordem dos Capuchinhos. A missa de corpo presente foi concelebrada por 56 padres, 3 bispos e pelo Cardeal D. Evaristo Arns, o qual na homilia, relembrou “o sacerdote que frei Jorge foi, a santidade com que viveu. A ciência da vida e sabedoria que pregou a todos que puderam conhecê-lo” (MENDONÇA, 2001, 8). Em 1979, o prefeito da Cidade de São Paulo, Olavo Egydio Setúbal, pelo dec. 15.929, homenageou este “Português de nascimento e Brasileiro de coração” (MENDONÇA, 2001, 8), atribuindo o nome de Fr. Duarte Jorge de Mendonça a um logradouro situado entre a Av. Giovanni Gronchi e a Rua H14, no 29.º subdistrito de Santo Amaro. Obras de Duarte Jorge Mendonça: Encontros (2001)   Lígia Brazão (atualizado a 01.02.2018)

Religiões

machado, bernardo francisco lobato

Nasceu na Madeira, em 1802. Advogado provisionista e jornalista, em qualquer uma destas facetas Lobato Machado deixou marca e as suas ações geraram tudo menos indiferença. Fernando Augusto da Silva, no seu livro O Arquipélago da Madeira na Legislação Portuguesa, refere-se a ele “como um hábil advogado e deixou alguns escritos, que ao tempo gozaram de merecida reputação, especialmente um bem elaborado formulário acerca de várias questões forenses. Tornou-se muito conhecido como jornalista pela violência com que atacava os seus adversários e pela linguagem injuriosa de que geralmente usava, vendo-se obrigado a homisiar-se para escapar às ameaças de prováveis represálias. Ainda há poucos anos se falava com frequência nos artigos de descomposta verrina, que Lobato Machado publicara no jornal semanal A Vergasta, de que foi o redator principal” (SILVA, 1941, 28) Além de ser redator principal de A Vergasta, colaborou ainda nos jornais Amigo do Povo, Clamor Público e Justiça. Só pelo título, A Vergasta é elucidativa da violência dos textos aí produzidos. O espírito do jornal era explícito numa frase impressa junto ao título que rezava o seguinte: “Este jornal, por enquanto, não tem dia certo de publicação e aparecerá quando menos o esperarem”. Sendo redator principal, supõe-se que muitos dos textos fossem da sua autoria, apesar de os mesmos não serem publicados com assinatura. Os escritos deste jornal deveriam causar mossa e provocar celeuma na sociedade, nomeadamente na classe dirigente. Veja-se este texto, constante no número 37: “Esta folha precisa entrar num caminho novo! Temo-nos convencido de que nada se faz com águas mornas! Estamos em período de resistência e revolução! Temos de ser severos, implacáveis, como a cólera do povo! Esmaga-nos uma reação local, não sabemos se estúpida, se grutesca, se selvagem! A todo o momento aguardamos da misericórdia do governo da metrópole o restabelecimento da ordem, perturbada pelos abusos, e pela corrupção do poder administrativo neste distrito! O governo sacrifica o povo às consequências particulares destas autoridades: Nega-se a praticar, pela ordem, a reabilitação da ordem pública! Pois bem tem de nascer do povo a justiça! Nós, pela nossa parte, vamos renovar todos os meios de defesa!... Não aconselhamos o tumulto material, o derramamento de sangue, porque o irrisório Karlaff de S. Lourenço não vale a pena uma gota de sangue precioso das veias do povo” (MACHADO, A Vergasta, 2 jan. 1875, 1). Homem do seu tempo e empenhado nas questões políticas e sociais, Lobato Machado notabilizou-se ainda pela sua ação enquanto advogado e por outras publicações na sua área profissional, de que é exemplo o Formulário de todos os Autos, Termos, Certidões e Despachos dum Inventário, conforme Decreto de 21 de Maio de 1841. Refira-se que Bernardo Francisco Lobato Machado fazia parte da classe dos advogados provisionais ou provisionistas, os quais preenchiam a falta de bacharéis formados em direito e, mesmo sem as necessárias habilitações legais, ombreavam com os profissionais, destacando-se nessa área pelas suas capacidades intelectuais e pela sua capacidade de trabalho. Faleceu a 20 fevereiro de 1878. Obras de Bernardo Francisco Lobato Machado: Formulário de todos os Autos, Termos, Certidões e Despachos dum Inventário, conforme Decreto de 21 de Maio de 1841.   Raquel Gonçalves (atualizado a 01.02.2018)

Personalidades

melim, fernando de

Fernando de Melim nasceu na freguesia de Santa Luzia, no Funchal, a 30 de maio de 1918, sendo filho de Teotónio José de Melim e Maria José Ferreira Melim. Casou-se com Maria Lídia do Rosário Coelho, em 21 de julho de 1947. Fez o seu percurso académico nesta mesma cidade, do qual constam os cursos de Desenho Ornamental e Embutidos da antiga Escola Industrial e Comercial do Funchal, o Curso do Instituto Comercial do Funchal e o Curso Complementar do Comércio da Escola Industrial e Comercial do Funchal. Em 1941, não podendo, por razões económicas, prosseguir estudos fora da Madeira, e não conseguindo encontrar trabalho nesta cidade, graças à forte recessão que então se vivia devido à Segunda Guerra Mundial, aproveitou a abertura de vagas para o Exército Português e integrou o Curso de Sargentos Milicianos desse ano. Foi militar do quadro permanente do Exército, do qual passou à reserva em 15 de dezembro de 1975, com o posto de sargento-ajudante, depois de ter feito várias comissões de serviço no então Ultramar português, designadamente em Angola e Moçambique. Desde muito novo, Fernando de Melim revelou interesse por questões de índole cultural. Durante o ensino secundário, promoveu a realização de uma série de récitas estudantis, duas das quais chegaram a ir à cena no Teatro Municipal do Funchal. Nessa mesma época, em 1939, elaborou diversas gazetilhas, das quais duas – O Bibi e A Faísca – perduraram para a posteridade. Estes magazines, em virtude da absoluta falta de meios existentes, tiveram um tipo de divulgação deveras peculiar, circulando de mão em mão no círculo de amigos e conhecidos. Durante o tempo em que foi militar, colaborou no Jornal do Exército e em boletins militares das forças militares em Angola e em Moçambique. Terminada a vida militar, incrementou a sua produção literária, tendo colaborado regularmente em vários órgãos de comunicação social, dos quais se destacam a participação permanente e com a duração de vários anos no Diário da Madeira, com as secções “Se Eu Fosse Deputado”, “A Minha Gazetilha” (verso) e “Fala o Vereador n.º 10”. No Eco do Funchal, também eram suas as secções de “Cartas a Um Conterrâneo” e “Zé Funchal”. No Boletim do Marítimo, colaborava com gazetilhas e artigos desportivos, enquanto no Re-nhau-nhau publicava textos de humor. No Jornal da Madeira, mantinha a rubrica “Da Minha Janela sobre o Funchal”. Esporadicamente, produzia alguns artigos para o Diário do Alentejo. Para além da sua colaboração a nível da imprensa escrita, integrou também as seguintes associações: Sociedade Portuguesa de Autores, desde 1959; Associação Portuguesa de Escritores, desde 1995; Associação de Escritores da Madeira e Açores, desde 1999, de que foi sócio fundador; e a Associação de Escritores da Madeira, desde a sua fundação, em 2001. Estendeu ainda a sua ação a outras atividades noutras áreas, das quais se destacam a de delegado na Madeira do grupo onomástico Fernandos de Portugal, organização na qual, durante décadas, promoveu regularmente convívios, e a de delegado para a Zona Militar da Madeira da Associação dos Militares na Reserva e Reforma. Foi referido em várias publicações, nomeadamente Musa Insular: Poetas da Madeira, do poeta e jornalista Luís Marino (1959), e Os Militares e a Literatura Madeirense, do Prof. João David Pinto Correia (1998), tendo publicado as obras Horizontes Ilhéus (1994) e A Madeira Vista pelos Poetas (2002). Faleceu no Funchal a 14 de janeiro de 2007. Obras de Fernando de Melim: Horizontes Ilhéus (1994); A Madeira Vista pelos Poetas (2002).   Fernando Marcelo de Ornelas Melim (atualizado a 01.02.2018)  

Personalidades

noronha, adolfo césar de

Naturalista e homem de cultura natural do Funchal, onde nasceu a 9 de setembro de 1873, Adolfo César de Noronha estudou no Liceu do Funchal e nas antigas Escola Politécnica de Lisboa e Academia Politécnica do Porto. A 11 de dezembro de 1914, foi nomeado bibliotecário da Biblioteca Municipal do Funchal (BMF) e, em 1928, seu diretor, cargo que ocupou até à sua aposentação, em 1943. Com ligações familiares ao Porto Santo, efetuou nesta ilha observações meteorológicas, colheitas de espécimes, em particular fósseis, e ainda observações ornitológicas, que, juntamente com outras colheitas no arquipélago, vieram a servir de base a estudos efetuados por eminentes cientistas da época, com destaque para Ernesto Schmitz  (aves), Z. J. Joksimowitsch, P. Oppenheim e J. Böhm (fósseis). Na área do mar, colheu esponjas e briozoários, muitos deles novos para a ciência. À época, causou sensação a descoberta de uma esponja incrustante, simultaneamente com espículas calcárias e siliciosas, Merlia normani, obtida por dragagens no Porto Santo. Estas dragagens foram feitas em conjunto por Noronha e Randolph Kirkpatrick em 1909, tendo este último publicado a descrição desta esponja num extenso artigo publicado no Quarterly Journal of Microscopical Science, em 1911. Em 1922, encabeçou uma expedição científica às ilhas Selvagens (onde já tinha ido em 1906 e 1909), acompanhado de Adão Nunes e Damião Peres. Por vicissitudes com o navio que os deveria trazer de volta ao Funchal, acabaram por lá permanecer dois meses, causando motivos de preocupação na sociedade madeirense. O seu regresso ao Funchal foi motivo de receção pelas mais altas individualidades da Madeira, conforme noticiado pelo Diário de Notícias do Funchal de 13 de junho desse ano. Dessa expedição resultaram observações meteorológicas e colheitas de espécimes que foram enviadas a especialistas mundiais da época. Com o seu vasto conhecimento da história natural da Madeira e sendo fluente no inglês, francês e alemão, Adolfo César de Noronha foi o correspondente por excelência na Madeira de muitas figuras gradas da ciência do início do séc. XX. Como gesto de reconhecimento, várias espécies novas para a ciência foram-lhe dedicadas: Schizoporella noronhai, briozoário abissal, Pecten noronhai e Spondylus noronhai, moluscos bivalves fósseis, entre outras. Estudou com profundidade os peixes da Madeira, tendo publicado em 1925, no Porto, um ensaio intitulado Um Peixe da Madeira. O Peixe Espada Preto, ou Aphanopus carbo dos Naturalistas e, no ano seguinte, nos Annals of the Carnegie Museum, dois artigos sobre duas espécies novas para a ciência: um peixe da família dos escolares, Diplogonurus maderensis, e um tubarão de profundidade raro, que dedicou ao seu amigo Alberto Artur Sarmento, Squaliolus sarmenti. Em coautoria com Sarmento, publicou também, em 1934, um trabalho de divulgação intitulado Os Peixes dos Mares da Madeira e, em 1948, o segundo volume (Peixes) do importante trabalho Vertebrados da Madeira, editado pela Junta Geral do Distrito Autónomo do Funchal. Colaborou ativamente com Fernando Augusto da Silva e com Carlos Azevedo de Meneses na elaboração do Elucidário Madeirense (1922), tornando esta obra numa referência da história natural do arquipélago da Madeira. Logo após a sua nomeação como diretor da BMF, à época instalada no edifício dos Paços do Concelho em exíguas condições, começou a defender a aquisição de um edifício para a sua reinstalação e a criação de um museu que pudesse alojar as suas coleções de história natural e outro património artístico, arqueológico e histórico pertencente à Câmara Municipal do Funchal (CMF). Esta intenção foi concretizada em 1929 com a criação do Museu Regional da Madeira e com a aquisição do palácio de S. Pedro, para a qual foi decisiva a ideia por si realizada de emitir um selo postal da Madeira cuja receita reverteu para esta aquisição. Com a preciosa colaboração de Günther E. Maul, o novo Museu abriu as suas portas ao público em 1933, sendo hoje o Museu de História Natural do Funchal. Ao aposentar-se, a 9 de setembro de 1943, a CMF prestou-lhe homenagem atribuindo o seu nome à sala principal do Museu. A Augusto Nobre (1865-1946), distinto cientista português e catedrático da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, são atribuídas as seguintes palavras acerca de Adolfo de Noronha: “possui todos os requisitos para ocupar com distinção uma cátedra em qualquer universidade do país” (SILVA e MENESES, 1965, 426). Adolfo César de Noronha morreu no Funchal, a 6 de abril de 1963. Obras de Adolfo César de Noronha: Um Peixe da Madeira. O Peixe Espada Preto, ou Aphanopus carbo dos Naturalistas (1925); “A New Species of Deep Water Shark (Squaliolus sarmenti) from Madeira” (1926); “Description of a New Genus and Species of Deep Water Gempyloid Fish, Diplogonurus maderensis” (1926); Os Peixes dos Mares da Madeira (1934) (coautoria); Vertebrados da Madeira. Peixes (1948) (coautoria).   Manuel José Biscoito (atualizado a 03.03.2018)

Biologia Terrestre Biologia Marinha Personalidades

meneses, sérvulo drummond de

Advogado, político e jornalista madeirense, com grande influência local durante a época liberal. Nasceu em 1802 no Funchal, tendo perecido no mesmo local em 1862. Palavras-chave: Política; Jornalismo.   Sérvulo Drummond de Meneses nasceu no Funchal, em 23 de dezembro de 1802, sendo filho de João Nepomuceno Correia Drummond e de Maria Isidora de Meneses e Brito. Casou-se com Maria Carlota Arnaut, com quem teve cinco filhos. Concluiu o curso liceal no Funchal e depois iniciou-se como praticante no escritório do tio, o escrivão Inácio Correia Drummond, sendo, mais tarde, nomeado escrivão judicial. Antes de 1820, foi cadete do Corpo de Artilharia Auxiliar, mas, após a Constituição de 1822, tornou-se advogado provisionado, tendo efetuado o concurso de provas junto do Tribunal Superior de Justiça, apesar de não ser formado em Direito, acabando por se destacar como um dos mais distintos advogados do seu tempo e por deixar algumas peças de carácter administrativo e civil, umas inéditas e outras avulsas. Militou no partido cartista, ou liberal, e, mais tarde, no partido cabralista, militância que terá facilitado o seu acesso à carreira política. Foi presidente da Câmara Municipal do Funchal e vereador da mesma Câmara, tendo fundado, a 12 de janeiro de 1838, a Biblioteca Municipal do Funchal, importante estrutura cultural do arquipélago. Entre os cargos públicos que exerceu, relevam-se também o de vogal do Conselho Distrital, o de procurador à Junta Geral, o de secretário-geral do Governo Civil e o de governador civil interino, na ausência do conselheiro José Silvestre Ribeiro (1848-1849). Como jornalista, foi redator e diretor do periódico funchalense A Flor do Oceano, entre 1828 e 1866, tendo colaborado igualmente em outros periódicos, entre os quais O Regedor (1823 e 1828) e A Ordem (1852-1860). Foi autor de várias obras de interesse regional, como Uma Epocha Administrativa da Madeira e Porto Santo, publicado no Funchal (1.º vol., 1849; 2.º vol., 1850; o 3.º vol., de 1852), é de António Jacinto de Freitas); Collecção de Documentos Relativos ao Asylo da Mendicidade do Funchal; Collecção de Documentos Relativos à Construção da Ponte Ribeiro Secco; Collecção de Documentos Relativos á Fome por que Passaram as Ilhas da Madeira e Porto Santo em 1847. Como poeta, publicou, na juventude, poemas que foram incluídos na Collecção d’Algumas Obras Poeticas offerecidas ao Ilmo. e Exmo. Sr. Sebastião Xavier Botelho. Foi agraciado com o grau de cavalaria da Ordem de Nossa Senhora da Conceição, de Vila Viçosa. Faleceu no Funchal, a 13 de janeiro de 1867. Obras de Sérvulo Drummond de Meneses: Collecção de Documentos Relativos ao Asylo da Mendicidade do Funchal (1848); Collecção de Documentos Relativos à Construção da Ponte Ribeiro Secco (1848); Collecção de Documentos Relativos á Fome por que Passaram as Ilhas da Madeira e Porto Santo em 1847 (1848); Uma Epocha Administrativa da Madeira e Porto Santo (1.º vol., 1849; 2.º vol., 1850).   António Manuel de Andrade Moniz (atualizado a 24.02.2018)

Direito e Política História Política e Institucional

mcandrew, robert

Mercador e proprietário de barco nascido em Wandsworth, Londres, em 1802. Era filho do mercador e transportador de fruta William McAndrew. Com a morte do pai em 1819, assumiu, com o irmão, o negócio da família. A partir de 1830, MacAndrew manifesta o seu interesse pela história natural, entrando em 1834 para a Literary and Philosophical Society of Liverpool. Os negócios e viagens que realizou, em Portugal e Espanha, permitiram que reunisse coleções de conchas e que procedesse ao seu estudo. Estabeleceu contactos com Edward Forbes e com outros estudiosos da especialidade, como John Goodsir (1814-1867), James Smith (1782-1867) e John Gwyn Jeffreys (1809-1885). Pertenceu a diversas associações científicas, como a Linnean Society, da qual foi nomeado membro em 1847, e a prestigiada Royal Society, que integrou em 1853. Além disso foi, entre 1856 e 1857, presidente da Literary and Philosophical Society of Liverpool. Em 1872, recebeu, juntamente com Arturo Issel (1842-1922), o Prix Savigny da Académie des Sciences pelo estudo “Report on the Mollusca Testaceous Obtained during a Dredging-Excursion in the Gulf of Suez in the Months of February and March 1869”. Entre 1845 e 1870, publicou diversos estudos sobre os moluscos das costas atlânticas e mediterrânicas. De entre estes, assinala-se a publicação em 1853, na cidade de Liverpool, do estudo “On the Geographical Distribution of Testaceous Mollusca in the North-East Atlantic and Neighbouring Seas”, no qual refere 156 espécies de moluscos marinhos que encontrou nos mares da Madeira. Em 1873, MacAndrew doou a sua coleção de moluscos, que continha dezenas de milhares de espécies, e a sua biblioteca à Universidade de Cambridge. Faleceu no mesmo ano em Middlesex, Londres.   Obras de Robert MacAndrew: “On the Geographical Distribution of Testaceous Mollusca in the North-East Atlantic and Neighbouring Seas” (1853); “Report on the Mollusca Testaceous Obtained during a Dredging-Excursion in the Gulf of Suez in the Months of February and March 1869” (1870).   Alberto Vieira (atualizado a 01.02.2018)

Biologia Marinha Personalidades