jardim da serra
A quinta construída no século XIX pelo cônsul Inglês Henry Veitch, tem importância fulcral na história da freguesia, dado que foi ela que deu origem à denominação da freguesia. Henry Veitch, de resto, teve uma vida capaz de concorrer com as mais interessantes personagens literárias. Menos sumptuosa, a Quinta da Furneira, desenhada pelo arquitecto português Raul Lino e mandada construir pelo Dr. Alberto Araújo, outra figura importante ligada à freguesia. Relevante é também a lenda da Moura, no sítio da Furneira e as Cerejeiras, monumentalizadas pela estátua de Jacinto Rodrigues. Nos pontos mais altos do Jardim da Serra situam-se os miradouros da Boca dos Namorados e da Boca da Corrida. No primeiro deles, Pêro terá clamado pela amada Ignez, que se encontrava do outro lado da montanha. No segundo, para além da fantástica vista sobre o curral das Freiras, constatamos que os fenómenos religiosos estão em contínua criação, como as novas igreja desenhadas pelo arquiteto Paredes.
[map style="width: auto; height:400px; margin:20px 0px 20px 0px; border: 1px solid black;" maptype="OSM" gpx="http://aprenderamadeira.net/wp-content/uploads/JardimDaSerra.gpx" elevation="no" download="no"]
Descarregue aqui esta rota!
[caption id="attachment_15949" align="alignleft" width="300"]
Igreja paroquial de São Tiago
A antiga Sede da paróquia do Jardim da Serra, data de 1967, quando após sucessivos adiamentos da construção da nova sede paroquial, dois filhos da terra emigrados na Venezuela, ofereceram os terrenos para a sua edificação. Do ponto de vista arquitectónico tem reduzido interesse, uma vez que foi construído à medida das posses dos paroquianos, sendo o seu valor social significativo, dado que reflecte o carácter religioso dos seus habitantes e a sua abnegação a favor da fé professada. A actual sede paroquial reflecte a melhoria relativa das condições de vida da localidade. Impõe-se no alto de uma colina sobre o centro da vila.
.
[caption id="attachment_15953" align="alignleft" width="200"]
Boca dos Namorados
Embora sem confirmação histórica, o local, segundo a lenda divulgada pelo poeta câmara-lobense Joaquim Pestana, num escrito de 1879, deve o seu nome a dois apaixonados que, separados pelo abismo, comunicavam sonoramente chamando-se de cada lado do vale pelo nome: “Como Pêro não lhe pudesse falar a cada momento, em razão de viver separada por aquele abismo, fazia, qual outro Leandro, acordar aqueles vales com o doce nome de - Ignez! que sempre lhe era correspondido com o nome de - Pêro!” (Joaquim Pestana). Este miradouro proporciona impressionante vista sobre a parte Sul do curral das Freiras e sobre a cidade do Funchal, que dista 15 Km.
.
.
.
.
[caption id="attachment_15957" align="alignleft" width="300"]
Boca da Corrida
Situado aos 1200 metros, este é um miradouro a partir do qual se avista no fundo escarpado o magnífico vale curral das Freiras. A exígua capela de São Cristóvão, que lá se encontra, foi mandada construir pelo Sr. Horácio, motorista de profissão, em homenagem ao padroeiro do seu ofício. Na primeira semana de Agosto ocorre a Festa de São Cristóvão, que incluiu uma procissão, na qual a imagem, transportada num automóvel enfeitado com milhares de flores, desce até ao Estreito de câmara de lobos. No Outono, o manto de tons acastanhados é procurado para recolha das Castanhas.
.
[caption id="attachment_15961" align="alignleft" width="300"]
Montado dos Aviceiros
Situado à altitude de 1300 metros, o Montado dos Aviceiros permite a comunhão com a natureza em diversas dimensões, tais como práticas agrícolas que procuram promover o equilíbrio entre as necessidades humanas e as da natureza, casos da Permacultura, passeios nas extraordinárias veredas que percorrem as montanhas da ilha, observação de aves endémicas e da flora de altitude endémica da Madeira, casos do Massaroco, Uveira da Serra e Loureiros. Recorde-se que a Madeira possui a maior extensão da Laurisilva (a floresta que existia na Europa antes da última glaciação) no conjunto de ilhas conhecidas como Macaronésia (Açores, Canárias e Cabo Verde). O acesso faz-se pela Boca da Corrida.
.
[caption id="attachment_15965" align="alignleft" width="300"]
Quinta do Jardim da Serra
Esta Quinta, construída no século XIX pelo Cônsul Inglês Henry Veitch, tem importância fulcral na História da própria freguesia. Foi o nome desta propriedade que deu origem à denominação da freguesia: Jardim da Serra. Adaptada em 2010 numa excelente unidade hoteleira, preserva um edifício com arquitectura tradicional. É ainda possível contactar com as práticas de agricultura biológica e alguns exemplares de flores madeirenses nos amplos jardins da propriedade. Realce para o facto da quinta ter sido fonte de inspiração para Max Römer, e estar representada numa gravura do século XIX, patente na reitoria da universidade da madeira, no Funchal.
.
[caption id="attachment_15969" align="alignleft" width="200"]
Furneira
Sítio com interesse histórico e antropológico, uma vez que as furnas que aí aqui se encontram, as quais deram origem ao nome do sítio, teriam segundo a tradição servido de habitação a uma comunidade de mouros. Embora a veracidade da história não seja atestada por documentos, supõe-se que a comunidade se terá constituído com escravos foragidos dos povoados. Apesar de tudo a existência de pequenas infra-estruturas destinadas à conservação de mantimentos comprova o uso destas formações geológicas como habitação, prática que de resto era usual na ilha entre a população mais carenciada. É ainda um sítio de produção do pêro Domingos e de cerejeira. O acesso faz-se pela vereda da Fonte de Cima.
.
.
.
.
[caption id="attachment_15973" align="alignleft" width="200"]
Laurisilva e Cerejeiras
escultura de Jacinto Rodrigues. A cerejeira é uma das plantas indissociáveis da freguesia, pois é aqui que se produz a maior parte das cerejas na ilha e porque dão cor à paisagem: o branco da floração e vermelho do fruto maduro. Mas é também local onde se encontra uma importante área de Laurisilva, nome dado à floresta endémica das ilhas atlânticas da Macaronesia. Floresta húmida e sub-tropical, a sua origem data do período Terciário. As lauráceas, o vinhático, o til e o barbusano são as plantas mais comuns. É na Madeira que a Laurisilva apresenta maior expressão, ocupando cerca de 15 000 hectares e o Jardim da Serra apresenta uma mancha desta floresta.
.
.
.
.
[caption id="attachment_15977" align="alignleft" width="300"]
capela da Consolação
Também conhecida como capela do Foro. foi mandada erguer em 1684 por Mónica Ferreira d’ Aguiar, segunda mulher de Gonçalo de Faria Leal, dando cumprimento à vontade de seu marido, falecido em 1683, foi a primeira sede paroquial do Jardim da Serra. O seu primeiro orago foi a Nossa Senhora do Socorro, mudando posteriormente para o actual orago de Nossa Senhora da Consolação. A propriedade da mesma caiu no desconhecimento, pelo que a população tomou o edifício. No ano de 1950, encontrava-se em estado de ruína, sendo as obras iniciadas em 1960 e terminadas um ano depois. Dado que os materiais utilizados nas paredes não ofereciam segurança foi construído novo edifício no local do anterior, mantendo-se do primitivo as cantarias da porta principal e a cruz da cumeeira.
.
[caption id="attachment_15980" align="alignleft" width="300"]
Quinta das Romeiras
Esta quinta foi desenhada pelo conhecido arquitecto português Raul Lino e foi mandada construir pelo Dr. Alberto Araújo, como residência de férias. Foi construída no ano de 1933. Os seus jardins caracterizavam-se pela multiplicidade de flores e de árvores de frutos, casos das cerejeiras e dos Pereiros. Nos campos havia ainda lugar à pastorícia.
.
.
Textos: César Rodrigues
Fotos: Rui A. Camacho