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28 Dec 2020 por "António José Borges"
Personalidades

João de Bettencourt Jardim nasceu a 30 de novembro de 1830 na Qt. da Lomba, lugar da Calheta, Funchal, e faleceu com 75 anos na Qt. Cuibem, onde residia, no dia 3 de fevereiro de 1906.

Era filho de José António Sérvulo Jardim e Cândida Augusta Bettencourt, em títulos de jardins e Severins; seu pai herdou o vínculo da Torre. Casou-se, em 1862, com Maria Henriqueta Cretilde Cuibem, e tiveram um filho, César Guilherme Cuibem Jardim, por sua vez casado com Isabel Maria de Faria.

Recebeu as comendas da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo e da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, que se destina a galardoar méritos excecionais no exercício dos cargos supremos dos órgãos de soberania ou no comando de tropas em campanha, bem como feitos excecionais de heroísmo militar ou cívico, abnegação ou sacrifício pela pátria e pela humanidade.

O comendador João de Bettencourt Jardim recebeu, em 1875, o título de 1.º barão de Jardim e Torre. A sede do morgadio fora em Câmara de Lobos, justamente no sítio da Torre, onde havia o solar e a capela.

Foi secretário do Governo Civil, administrador do concelho do Funchal, comissário da Polícia, vogal da Santa Casa da Misericórdia do Funchal, vogal da Junta Geral do Distrito, presidente da Associação Protetora dos Animais Domésticos e tenente de milícias, cargos que justificam as distinções que veio a receber.

Possuía uma notável Cultura literária, bem como um bom conhecimento de línguas estrangeiras, tendo feito parte da sociedade elegante do Funchal. A sua magnífica biblioteca era a origem e o reflexo da sua erudição. Escrevia com facilidade e elegância, dando especial atenção à poesia, e constava que teria deixado um livro de poemas inédito com o enigmático título Verbena, no qual estaria presente a escola romântica; Luiz Peter Clode ressalta-lhe o pendor lírico na sua referência ao poema “Desejo”, que abriria o referido volume. Também se dedicou à escrita de prosa, tendo colaborado de forma prolífica em jornais, especialmente no Diário de Notícias. Era ainda entendido em estudos heráldicos e genealógicos.

 

António José Borges

(atualizado a 23.01.2017)

Bibliog.: CLODE, Luiz Peter, Registo Bio-Bibliográfico de Madeirenses: Sécs. XIX e XX, Funchal, Caixa Económica do Funchal, 1983; CRUZ, Visconde do Porto da, Notas e Comentários para a História Literária da Madeira, vol. II, Funchal, Câmara Municipal do Funchal, 1949.

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