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água de pena

Lançarote Teixeira mandou construir a capela chamada de Santa Beatriz, o mesmo nome de sua esposa, tendo em seu lugar sido erguida, em 1745, a igreja que adoptou a mesma denominação. Quase na outra extremidade da freguesia, ergue-se no arvoredo do sítio dos Cardais a Capela do Sagrado Coração de Jesus. Aqui apanhamos a Levada Nova do Poiso, que passa por campos de cultivo, paredes-meias com os Fontanários e o Lavadouro Público desenhado por Chorão Ramalho. Desemboca bem perto do Miradouro Francisco Álvares de Nóbrega, considerado por Horácio de Bento Gouveia como o maior poeta madeirense do século XVIII. Sobranceira ao mar, perto do aeroporto, a Fonte do Seixo, que segundo se julga é a mesma fonte narrada por Gaspar Frutuoso onde os descobriram se deliciaram com uma água límpida e fresca, tão leve que chamaram ao sítio Água de Pena. [map style="width: auto; height:400px; margin:20px 0px 20px 0px; border: 1px solid black;" maptype="OSM" gpx="http://aprenderamadeira.net/wp-content/uploads/ÁguaDePena.gpx" elevation="no" download="no"] Descarregue aqui esta rota! [caption id="attachment_15799" align="alignleft" width="200"] Igreja de Santa Beatriz[/caption] Igreja de Santa Beatriz Construída no ano de 1745, no local onde antes existia a Capela de Santa Beatriz, e onde segundo as crónicas, daqui cresceu a freguesia. Foi mandada construir por Lançarote Teixeira, que lhe deu o nome da Santa Beatriz, por ser o mesmo da sua esposa. A fachada principal ostenta a cantaria regional, de basalto, e no cimo da mesma, uma Cruz de Cristo. No último domingo de julho realiza-se uma festa popular em honra de Santa Beatriz e que tem nesta igreja o seu epicentro. . . . . . . [caption id="attachment_15803" align="alignleft" width="300"] Capela Sagrado Coração de Jesus[/caption] Capela do Sagrado Coração de Jesus Situada no centro de uma frondosa vegetação é atualmente um local de meditação procurado pela população e onde inúmeros romeiros veneram Nossa Senhora de Fátima. Comprovando a importância do culto diga-se que atual Capela foi recuperada a custos da população. No entanto, a fundação da Capela data de 1907, por iniciativa do cónego Henrique de Bettencourt. A partir deste ponto temos acesso à Levada Nova do Poiso, a qual atravessa a freguesia, até ao complexo turístico da Matur, atualmente espaço de residências. . . [caption id="attachment_15808" align="alignleft" width="300"] Caminho da Fonte d Seixo[/caption] Fonte do Seixo A origem do nome da freguesia supostamente encontra-se associada ao episódio da descoberta da mesma, narrado pelo cronista Gaspar Frutuoso e provavelmente com ligação a esta fonte natural. Na sua busca inicial, os descobridores encontram uma fonte de águas límpidas e frescas, com a qual mataram a sede. Supõe-se que a origem do nome deriva da corruptela de “Água de Penha”, ou seja a água a brotar de uma rocha. O frontispício data de 1903. . . . [caption id="attachment_15811" align="alignleft" width="300"] Fontanário e Lavadouro Público[/caption] Fontanários Testemunho de uma época em que água potável era disponibilizada apenas nestes espaços públicos, os quais revestiam-se também de importância social, dado que as idas à fonte se constituíam como momento de reforço da identidade da comunidade. Ficava-se a par das novidades e descobriam-se amores, como narrado pela canção popular “Canção da Fonte do Seixo”. Perderam a sua relevância com o desenvolvimento da rede de água potável em meados do Séc. XX, a qual passou a fazer a distribuição em cada casa. . . [caption id="attachment_15815" align="alignleft" width="300"] Lavadouro Público[/caption] Lavadouro Público Este imóvel, cuja traça aponta para a autoria de Chorão Ramalho, importante arquitecto modernista português, caracteriza-se pelo minimalismo modernista. Para além do valor arquitetónico, este imóvel é um testemunho da vivência comunitária do passado. Além do valor utilitário, enquanto se lavavam as roupas trocavam-se as novidades e debatiam-se diversos assuntos de interesse comum. . . . [caption id="attachment_15819" align="alignleft" width="300"] Miradouro Francisco Álvares de Nóbrega[/caption] Miradouro Francisco Álvares de Nóbrega Para além da vista soberba sobre o vale de Machico, que faz com que seja uma paragem obrigatória, celebra igualmente o poeta nascido na cidade de Machico, em 1772, o qual foi considerado pelo escritor madeirense Horácio Bento de Gouveia como o maior poeta ilhéu do Séc. XVIII. A sua obra, constituída principalmente por Sonetos e Glosas, é considerada um dos maiores exemplos da Literatura de cordel madeirense. Gravado na eterna pedra encontra-se o poema dedicado à sua terra. . . [caption id="attachment_15823" align="alignleft" width="200"] Posto de Transformação Chorão Ramalho[/caption] Posto de transformação Chorão Ramalho Construído entre 1946 e 1970, da autoria do célebre arquitecto Chorão Ramalho, estes postos de reforço de electricidade, com a mesma arquitectura pontuam a ilha, tornando-se um registo típico da paisagem humanizada da Madeira criada no século XX. A forma paralelepipédica com as fachadas cegas, à excepção do alçado principal, tem a aplicação da sempre presente pedra basáltica, revelando a preocupação do arquitecto em integrá-lo na tradição arquitectónica do arquipélago. . . . . . . [caption id="attachment_15827" align="alignleft" width="300"] Canavial[/caption] Levada Nova do Poiso O percurso inicia-se na Quinta do Serrado das Ameixieiras, passa pela Capela dos Cardais, pela Igreja Matriz de Água de Pena e termina no complexo habitacional da Matur. Atravessando toda a freguesia num terreno em bom estado e sem abismos, proporciona um agradável passeio com o mar como fundo. Um percurso que permite descobrir o luxuriante património natural da localidade. . . . Textos: César Rodrigues Fotos: Rui Camacho

porto da cruz - pelo centro da vila

Este roteiro convida a um passeio a pé pelo centro da vila. Estes passos em volta guiam-nos entre o sagrado e o profano, no registo que é próprio do Porto da Cruz. Passamos pela Igreja Matriz, desenhada pelo arquitecto Chorão Ramalho, mostra-nos os quadros da Via-sacra, da autoria de João Gomes Lemos, natural da freguesia. No engenho, que ainda hoje labora, explica-nos a azáfama que marcava a vida da vila e de todo o Porto da Cruz nos meses da safra da cana-sacarina. Percorremos o Caminho do cais, e de curso subimos ao fortim, onde ficamos a conhecer a paisagem e a história da vila. Junto ao cais chama-nos a atenção para as rochas, as grutas, utilizadas como armazéns, e conta-nos a lenda da furna do negro. Passámos pelo centro histórico, onde nos esclarece sobre a epopeia do vinho, a produção, o armazenamento e o transporte para o Funchal. Segue-se o Solar do antigo engenho e, por último, a Associação Flores de Maio, para nos dar acesso à tradição, ao Charamba e muito mais. [map style="width: auto; height:400px; margin:20px 0px 20px 0px; border: 1px solid black;" maptype="OSM" gpx="http://aprenderamadeira.net/wp-content/uploads/PortoDaCruzCentroDaVila.gpx" elevation="no" download="no"]   Descarregue aqui esta rota! [caption id="attachment_15719" align="alignleft" width="300"] Associação Flores de Maio[/caption] Associação Flores de Maio A Associação Flores de Maio é a grande entidade cultural do Porto da Cruz. Na sua sede é possível ver alguns instrumentos tradicionais madeirenses, assistir a vídeos, ver fotografias sobre o património e mesmo assistir a alguns ensaios de música tradicional. . . . . [caption id="attachment_15723" align="alignleft" width="300"] Solar e ruínas do engenho[/caption] Solar e ruínas do Engenho O Solar do Engenho e as ruínas do antigo engenho de cana-de-açúcar, edificado no final do século XVIII. Pode observar-se a imponente chaminé que estoicamente subsiste. Esta é construída em alvenaria de pedra basáltica apresentando ainda vestígios de argamassa de cal. Ali foi filmada parte da célebre série televisiva dos anos 80, Manuel na ilha das Maravilhas, produzida por Raul Ruiz. . . . [caption id="attachment_15727" align="alignleft" width="300"] Armazéns de vinho[/caption] Centro histórico do Porto da Cruz: armazéns de vinho Se nos territórios do sul se produz o internacionalmente afamado vinho Madeira, as terras do norte são a origem da maior parte do vinho consumido pela população da ilha, conhecido localmente como “vinho seco”. Do Porto da Cruz é originário o vinho “americano”, um dos mais afamados vinhos deste tipo. Nestes armazéns armazenava-se o vinho antes de ser transportado de barco para a cidade do Funchal. . . . [caption id="attachment_15731" align="alignleft" width="300"] Praça do Peixe[/caption] Centro histórico do Porto da Cruz: praça do peixe Construído no início do séc. XX, é constituído por dois corpos independentes, um de planta rectangular e outro de planta quadrangular. O principal, erguido em alvenaria rebocada a cal apresenta duas portas viradas a Sul e uma porta virada a Norte com molduras de cantaria rija, possuindo cobertura de quatro águas em telha de meia cana. O outro é constituído por quatro pilares de cantaria cinzenta, feitos num único bloco, que suportavam um telhado de quatro águas em telha de meia cana. A antiga praça é rodeada por um muro em alvenaria que na parte Oeste dá lugar a uma balaustrada. O chão é calcetado com o tradicional calhau rolado do mar. . . [caption id="attachment_15746" align="alignleft" width="200"] Furna do Negro[/caption] Furna do Negro Ponto de interesse geológico, dado que é possível observar a estratigrafia da matéria vulcânica. Noutro sentido, as grutas presente em parte da encosta que ladeia o caminho, fornecem um exemplo do modo como o Homem usou o meio natural para as suas actividades na ilha. Para além de terem sido usadas como residência pela população mais pobre, ainda hoje são utilizadas para servirem de currais para os animais. Segundo tradição oral, foram utilizadas como cadeia. . . . . . . [caption id="attachment_15740" align="alignleft" width="300"] Fortim do Pico[/caption] Fortim do Pico Para se protegerem dos ataques de corsários, a população fortificou a costa com pontos de vigia e de defesa. Neste pico havia um forte mandado erguer pelo Governador do Arquipélago da Madeira Duarte Sodré Pereira, nos finais do Séc. XVIII. Estas bonitas ruínas são o que resta da casa da guarda e residência do Contestável do Forte. A subida do pico, até às ruínas, é compensada pela bonita vista da Vila do Porto da Cruz, donde podemos apreciar o casario e os campos de cultivo. . . . [caption id="attachment_15743" align="alignleft" width="300"] Engenho do porto da Cruz[/caption] Engenho do Porto da Cruz Construído no ano de 1927, é propriedade da Companhia dos Engenhos do Norte. Constitui um belo exemplar da época em que o Porto da Cruz possuía vários engenhos ligados à produção da cana-de-açúcar. Em excelente estado de conservação, labora ainda nos dias de hoje com as máquinas a vapor originais. Encontra-se aberto para visitas entre a Segunda-feira e Sábados, das 8 às 17 horas. . . . [caption id="attachment_15751" align="alignleft" width="300"] Igreja Paroquial[/caption] Igreja Paroquial Sendo de construção recente (1958), a Igreja matriz alberga no seu interior alguns pormenores muito interessantes no que respeita ao património imaterial e móvel. No interior, observa-se um moderno lambril de azulejos com padrões do prestigiado artista Querubim Lapa. O templo guarda ainda alguns elementos decorativos barrocos provenientes da antiga igreja de Nossa Senhora de Guadalupe. Uma Nossa Senhora de Guadalupe (séc. XVI ou XVII, em madeira policromada) e um Santo António (em terracota). Os quadros da Via-sacra são de autoria de João Gomes Lemos, de pseudónimo "Melos", médico natural da freguesia. É uma obra do Arquitecto Raul Chorão Ramalho. . . Textos © César Rodrigues Fotos © Rui A. Camacho

cooperação entre madeira, lisboa e paris oficializada no salão nobre do governo

[caption id="attachment_8687" align="alignleft" width="300"] Foto: Joana Sousa / ASPRESS[/caption] No passado sábado, 14 de Maio, celebrou-se a assinatura do protocolo que se dispõe criar o Instituto de Altos Estudos para a Globalização, Arte e Tecnologia, uma iniciativa realizada entre Apca Madeira– Agência de Promoção da Cultura Atlântica; ARDITI – Agência Regional para o Desenvolvimento da Investigação, Tecnologia e Inovação, Universidade Aberta/Cátedra Infante Dom Henrique e a Universidade de Paris 2 – Panthéon-Assas/Sorbonne Universités. O evento que ocorreu no Salão Nobre do Governo Regional da Madeira, teve início com a intervenção dos vários membros dos organismos signatários do protocolo celebrado onde se contaram as presenças do Reitor da Universidade de Paris 2 e do Magnífico Reitor da Universidade Aberta, Prof. Dr. Paulo Dias numa cerimónia presidida pelo Presidente do Governo Regional da RAM, Dr. Miguel Albuquerque com a presença de mais dois membros do Governo Regional, Dr. Sérgio Marques, Secretário Regional dos Assuntos Parlamentares e Europeus e Dr. Jorge Carvalho, responsável da Educação na Região, e ainda com a vice-presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, Drª Fernanda Cardoso, em representação deste órgão de soberania. Após a assinatura do protocolo foi a vez do pelo Prof. Dr. Fabrice D’Almeida dar início à conferência “Terrorisme, propagande et mondialisation”. Historiador francês, especialista da temática da propaganda e manipulação social pela imagem, Fabrice d’Almeira é um antigo membro da Escola Francesa de Roma, Professor na Universidade de Paris II Panthéon Assas, e no L’Institut Français de Presse. É também director do “Médias et Mondialisation” do IFP. O seu trabalho incide nas temáticas da cultura e iconografia política. É ainda co-fundador do grupo de estudo sobre imagens estáticas e dirigiu de 2006 a 2008 o Instituto de História Contemporânea. A APCA e a ARDITI agradecem a todos os que compareceram na assinatura do protocolo e conferência, um acontecimento deveras importante para o desenvolvimento do sistema educativo, científico e cultural regional, estendendo horizontes e novas oportunidades para a Região Autónoma da Madeira. https://www.youtube.com/watch?v=R1nPpVyZ0_U 16.05.2016

porto da cruz - passeio pela freguesia

Ao percorrer os casais circunvizinhos da vila do Porto da Cruz fazemo-nos acompanhar pelo verde dos campos, pelas atividades relacionadas com a agricultura e pelo imaculado branco dos solares e das capelas. Na Referta, o Solar erigido por Manuel Telo Moniz de Menezes e no Lombo dos Leais, o que foi propriedade de Alfredo Vasconcelos de Freitas Branco, Visconde do Porto da Cruz e incontornável personagem madeirense, como o Borracheiro, monumentalizado por Jacinto Basílio, um artista e um género de novo artesão, por onde também passamos. Ainda na Cruz da Guarda, recebe-nos na sua pequena oficina o Srº José de Freitas Vieira rodeado de colheres de pau, rapadores de porcos e pelos mexelhotes (“caralhinhos”) com que se faz a poncha. A caminho da imponente Penha d’Águia, onde cruzamo-nos com a lenda de D. Sebastião, paramos no Aqueduto do Serrado e já na Terra Baptista, vamos conhecer a Levada do Castelejo, mote para descobrir a grandiosidade dos canais de rega da ilha.   [map style="width: auto; height:400px; margin:20px 0px 20px 0px; border: 1px solid black;" maptype="OSM" gpx="http://aprenderamadeira.net/wp-content/uploads/PortoDaCruzPasseioPelaFreguesia.gpx" elevation="no" download="no"]   Descarregue aqui esta rota!   [caption id="attachment_15688" align="alignleft" width="300"] Solar da Referta[/caption] Solar da Referta Erigido em 1770 por Manuel Telo Moniz de Menezes, membro pertencente a uma das famílias aristocráticas do Porto da Cruz, oferece soberba panorâmica sobre a vila. Destaque para a capela contígua, inicialmente dedicada a S. Brás, depois a Nº Sr.ª de Belém, e actualmente a Nª Sr.ª do Socorro. . . . [caption id="attachment_15692" align="alignleft" width="300"] Aqueduto[/caption] Aqueduto Das serranias recolhia-se a água necessária aos campos de cultivo e à subsistência. O seu transporte até aos agregados populacionais era realizado através de levadas, mandadas construir por privados, portugueses e ingleses, e pelo sector público. Esta marca na paisagem, com os seus canais em territórios abertos, os túneis e os aquedutos, deixou-nos aqui um exemplo neste belo aqueduto em que o emprego de cantaria vermelha lhe confere nobreza e dignidade. . . [caption id="attachment_15696" align="alignleft" width="300"] Levada do Castelejo[/caption] Levada do Castelejo Com origem no Ribeiro Frio e com passagem pelo sítio da Terra Baptista (onde se deve iniciar o seu percurso). Atravessando serras e vales, é um exemplo das estruturas construídas pelo Homem na ilha para suprir a escassez de água nas zonas habitadas. O seu percurso proporciona vistas soberbas sobre o território humanizado, como os campos cultivados com o famoso vinho “americano”, e a paisagem natural, onde se pode observar as espécies de flora indígena. A entrada faz-se pelo Caminho da Terra Baptista, seguindo depois pelo Caminho do Moinho. . . [caption id="attachment_15700" align="alignleft" width="300"] Penha d'Águia[/caption] Penha d'Aguia (percurso pedestre) Com início no Sítio da Cruz (Caminho da Cruz), este percurso pedestre (duração aproximada de 2 horas), que requer alguma atenção em termos de segurança, leva-nos ao cimo da Penha d’ Águia, de onde dos seus 590 m nos deliciamos com a vista sobre o Porto da Cruz e povoações vizinhas. Sobre a Penha d’ Águia reza a lenda que a espada de D. Sebastião, aqui cravada por um “génio”, aguarda por um homem forte para se desprender da terra. . . [caption id="attachment_15703" align="alignleft" width="300"] Solar do Lombo dos Leais[/caption] Solar do Lombo dos Leais Este edifício senhorial, construído no início do século XVII, é constituído por um corpo principal de dois pisos e uma construção anexa, actualmente em ruínas. O edifício principal é construído em alvenaria de pedra rebocada e tem uma cobertura de quatro águas em telha de meia-cana com duplo beiral. A sua importância histórica é reforçada pelo facto de ter sido residência dos viscondes do Porto da Cruz. Um dos seus titulares, de seu nome Alfredo António de Castro Teles de Meneses de Vasconcelos de Bettencourt de Freitas Branco (1890 – 1962), foi uma importante figura do estudo etnográfico e das letras da Madeira. . . [caption id="attachment_15707" align="alignleft" width="200"] "O Borracheiro"[/caption] "O Borracheiro" Escultura de Jacinto Rodrigues alusiva ao Borracheiro, uma das principais figuras da etnografia do Porto da Cruz. Através de veredas e levadas, transportavam o vinho produzido na freguesia até à costa Sul, numa distância de 20 Km. O néctar era acondicionado em sacos de 70 litros feitos de pele de Cabra, conhecido como Borrachos, do qual deriva o nome que se deu ao transportador. Estes utilizavam o Búzio, com o qual produziam os sons com que se faziam anunciar. . . . . . [caption id="attachment_15710" align="alignleft" width="300"] Peças de Jacinto Rodrigues[/caption] Artesão Jacinto Rodrigues Jacinto Rodrigues é o exemplo da possibilidade de reinvenção da tradição e adequação à contemporaneidade. Para além de esculturas, as quais se encontram presentes um pouco por todos os concelhos da Madeira, Jacinto Rodrigues constrói diversas peças em Madeira, motivos decorativos e mobiliário. Neste espaço pode vê-lo trabalhar e pode inteirar-se das peças produzidas. Por outro lado, pode verificar a conjugação efectiva entre duas práticas do trabalho manual, e que caracterizam o meio rural: o trabalho artesanal e a agricultura, ambas praticadas por Jacinto. Segundo ele, a agricultura proporciona-lhe momentos de descontracção intelectual. . [caption id="attachment_15713" align="alignleft" width="300"] Artesão José de Freitas Vieira[/caption] Artesão José de Freitas Vieira Artesão há mais de 20 anos, José de Freitas Vieira é uma das figuras mais conhecidas na ilha no que concerne aos trabalhos realizados em madeira. Na sua pequena loja é possível observá-lo a trabalhar, enquanto bebericamos um vinho americano ou uma aguardente de cana produzidos pelo próprio, e podemos constatar as peças produzidas, como o tão conhecido mexelhote (peça em Madeira utilizada para misturar os ingredientes com que se faz a “Poncha”), colheres de pau, arcos de rapar porcos, cabos de enxada, artefactos de decoração ou “o jogador” (utensílio utilizado para dar o primeiro golpe na matança das vacas. Cada peça é acompanhada por uma história.     Textos © César Rodrigues Fotos © Rui A. Camacho

josé eduardo franco eleito membro da academia portuguesa da história

O coordenador científico do projeto Aprender Madeira foi recentemente eleito membro da Academia Portuguesa da História. O historiador madeirense José Eduardo Franco foi eleito académico da Academia Portuguesa da História, tendo tomado posse com a imposição do colar de académico desta histórica academia no passado dia 6 de janeiro de 2016. A Academia Portuguesa da História é uma instituição científica de utilidade pública fundada em 1938 e “descende” da mais antiga Academia Nacional - a Academia Real da História Portuguesa, fundada por D. João V em 1720. Reunindo especialistas que se dedicam à reconstituição documental e crítica do passado, materializada na organização de eventos e publicações, nomeadamente de fontes e obras que, com o necessário rigor científico, facilitem a todos os portugueses o conhecimento da sua História, esta entidade assume-se como a “guardiã da História d e Portugal”, objetivando igualmente a respetiva cultura e conhecimento, como garante de identidade nacional. É igualmente o órgão consultivo do Governo na matéria da sua competência. A presente eleição é o reconhecimento dado a um madeirense pelo trabalho desenvolvido ao serviço da historiografia portuguesa, na linha de outros que mereceram esta distinção como foi o caso do responsável pelo Elucidário Madeirense, Fernando Augusto da Silva. Nascido em Machico, José Eduardo Franco, coordenador científico do projeto Aprender Madeira, que está a conceber e que editará o Novo Dicionário Enciclopédico da História e Cultura da Madeira (aprendermadeira.net), é Professor-Doutor com equiparação a Professor Catedrático da Universidade Aberta, Diretor da Cátedra Convidada FCT/Infante Dom Henrique para os Estudos Insulares e a Globalização (FCT/Universidade Aberta/CLEPUL/APCA) Da vasta obra destaca-se: “História da Cultura na Época Moderna”, Lisboa, CLEPUL, 2015, “Padre António Vieira e le Donne”. - “Il mito barocco dell’universo femminile”, escrito em coautoria com Isabel Morán Cabanas, “Lanuvio, Aracne Editrice”, 2013, “O Mito dos Jesuítas em Portugal e no Brasil, Séculos XVI-XX”, 2 Vols., Lisboa, Gradiva, 2006-2007 e “O Mito de Portugal”, Lisboa, FMMVAD/Roma Editora, 2000. A juntar à lista mencionada, destaque para a obra ontem apresentada em Lisboa que compila toda a História do Banco Montepio Geral intitulada “Sob o Signo do Pelicano – História do Montepio Geral (1840 – 2015)”. A investigação - traduzida numa obra com mais de 600 páginas - revela histórias, factos e personagens da Associação Mutualista Montepio, instituição que assume, ao longo de quase dois séculos, um papel incontornável na história social e financeira do nosso País. O livro, que constitui um indiscutível contributo para a preservação da memória da Instituição, contou com a apresentação de Guilherme Oliveira Martins.              

edições aprender madeira no salão nobre da cidade

Será apresentada na próxima segunda-feira, 19 de Outubro às 17 horas no Salão Nobre da Câmara Municipal do Funchal mais uma edição no âmbito do projeto Aprender Madeira – Edição do Novo Dicionário de História da Madeira, promovido pela Agência de Promoção da Cultura Atlântica. “A Igreja Católica e o Nacionalismo do Estado Novo” do historiador madeirense Gabriel de Jesus Pita contará com a apresentação de outro madeirense também historiador recentemente galardoado com a Medalha de Mérito Cultural e coordenador científico do projeto Aprender Madeira, o Professor Doutor José Eduardo Franco. A obra ora publicada é, no esssencial, a dissertação de mestrado em História Contemporânea defendida pelo autor em 1995, e pretende ser um contributo para a compreensão daquela que foi a relação da Igreja Católica Portuguesa perante a instituição do Estado Novo em Portugal, tomando como objeto de estudo “a controversa questão do relacionamento da Igreja Católica com os nacionalismos europeus, entre as duas guerras mundiais, e de modo especial, o do Estado Novo em Portugal (…) nas décadas de 30 e 40” do século XX. Resultante de um estudo aprofundado sobre a temática, a obra revela uma abordagem inovadora tendo o seu foco na questão nacionalista da ideologia salazarista e o confronto interno que a Igreja teve de resolver face às recentes deliberações do Vaticano que condenavam os regimes fascistas e comunistas. Gabriel de Jesus Pita nasceu na freguesia dos Canhas, concelho da Ponta do Sol. Foi funcionário público e bancário antes de completar a licenciatura em História pela Universidade de Lisboa em 1980 e de na mesma instituição haver concluído o mestrado em História Contemporânea em 1995. Dedica-se à investigação na área da História Contemporânea tendo sido professor do ensino secundário de 1978 a 2011. Participou em diversas publicações entre as quais as revistas Atlântico e Islenha e o Diário de Notícias do Funchal. Publicou História da Madeira com a coordenação de Alberto Vieira e a colaboração de Emanuel Janes (2001); A freguesia dos Canhas, um contributo para a sua História (2003); Padre João Vieira Caetano, Notas Históricas e outras estórias da Ponta do Sol (2007) e A Freguesia dos Canhas, um olhar da História (2011). Colabora atualmente como autor de várias entradas para o Dicionário Enciclopédico da Madeira, coordenado por José Eduardo Franco. [caption id="attachment_5900" align="alignright" width="287"] Gabriel de Jesus Pita[/caption]