colégio dos jesuítas
O conjunto edificado do Colégio dos Jesuítas do Funchal sofreu, ao longo dos seus mais de 400 anos de existência, inúmeras obras e adaptações, infelizmente muito pouco documentadas. A apreensão e desbarato de toda a documentação do estabelecimento, encaixotada em 1760, na altura da expulsão dos Jesuítas de Portugal (Jesuítas), e da qual não se conhece, até ao momento, mais do que um impresso e dois códices manuscritos, têm dificultado muito os estudos sobre este importante imóvel, que é, no entanto, o maior conjunto edificado regional até aos finais do séc. XX. No início, foi colégio, depois, passou a escola militar, seminário, quartel e escola regimental, escola secundária, escola superior de educação e reitoria da UMa.
À exceção das visitas esporádicas de alguns Jesuítas a caminho das Índias ou do Brasil, os primeiros padres da Companhia a deslocarem-se à Madeira foram Francisco Varga, Francisco Gonçalves e Simão Tavares (FRUTUOSO, 1968, 388; LEITE, 1949, 93). Chegaram com o futuro capitão donatário do Funchal, João Gonçalves da Câmara (1541-1580), na armada de socorro enviada após o saque perpetrado por corsários franceses em 1566, como homens sempre e tradicionalmente prontos para a ação, onde quer que houvesse perigos e necessitados. Estes piedosos sacerdotes demoraram-se cerca de um ano no Funchal, acompanhando a população naqueles difíceis momentos e aproveitando para pregar as suas ideias. O momento não poderia ter sido mais propício para a primeira apresentação da Companhia na ilha.
Com o assinalável êxito da estadia dos Jesuítas que acompanharam a armada de socorro, estavam criadas as condições para a criação de um colégio na cidade do Funchal. As diretivas gerais da Companhia em Roma não iam nesse sentido, mas a ação desenvolvida pelos quadros máximos da congregação em Portugal, os irmãos Luís (1518-1575) e Martim Gonçalves Câmara (c. 1539-1613) e o P.e Leão Henriques (c. 1520-1589), que tinham pedido autorização (negada) para embarcar na armada de socorro, em conjunto com a vontade expressa várias vezes pelo jovem D. Sebastião e pelo cardeal infante D. Henrique, permitiram que se desse imediatamente início às formalidades da montagem de um colégio, sendo a carta régia de fundação assinada a 20 de agosto de 1569 (BNP, Index Geral..., fls. 77v-80; AZEVEDO, 1875, 738 e ss.; SILVA e MENESES, 1998, II, 187).
O grupo destacado para a fundação do colégio na Madeira, tendo como superior o P.e Manuel de Sequeira (1533-1595), chegou à ilha em março de 1570, depois de ter sido retido em Lisboa por um surto de peste que ali grassava e que acabou por impedir a entrada imediata no Funchal, ficando de quarentena fora da cidade, em casas oferecidas pelo fidalgo Fernão Favila (1536-1601), nas imediações da capela de N. S.ª da Ajuda. Tendo passado os dias de isolamento obrigatórios afastados da cidade, acabaram por se demorar ali alguns meses, antes de se instalarem nas casas da câmara municipal, anexas à capela de S. Sebastião, também da administração do senado camarário e onde funcionou provisoriamente o colégio. As aulas abriram com certo aparato, a 6 de maio de 1570, dia em que se evocava o martírio de S. João Evangelista, que passou a ser o patrono do estabelecimento.
Não se encontravam bem localizadas, estas casas “a São Sebastião”, primeira residência dos Jesuítas no Funchal. Como primeira hipótese, seriam casas da câmara municipal, a que pertencia a capela de S. Sebastião, padroeiro secundário do Funchal, embora o cronista Henrique Henriques de Noronha (1667-1730), em 1722, tenha sugerido que se situavam num quarteirão mais acima, correspondente ao atual palácio Torre Bela, da família do próprio, onde chegou a viver. Salvo melhor opinião, se eram “a São Sebastião”, eram no quarteirão anexo ao largo da antiga capela, hoje Lg. do Chafariz, e não quase dois quarteirões acima.
O colégio funcionou assim no improvisado espaço de S. Sebastião, por cerca de dois anos, tendo passado, em janeiro de 1572, para uma pequena albergaria na atual R. dos Ferreiros, no lugar ocupado hoje pelo ateneu do Funchal. Até então, provavelmente, a ideia dos Jesuítas ou a que lhes terá sido imposta era a de adquirir o quarteirão a norte da R. dos Netos, como consta na planta do Funchal da BNB, no Rio de Janeiro, onde se indica a dita área como: “Este sítio pedem os Padres da Companhia” (BNB, Cartografia, 1090203). Por esta altura, tomaram outra opção sobre o terreno para a edificação do futuro colégio, passando para o quarteirão entre as ruas dos Netos, do Castanheiro, dos Ferreiros (então R. Direita) e a pequena R. do Ouvidor, para onde viria a dar a cerca e os jardins do paço episcopal, construído por volta de 1600.
Em maio de 1574, o reitor Manuel de Sequeira anunciava para Roma a localização desse quarteirão, no outro lado da R. Direita e mais para o centro da cidade, como o ideal para a edificação do colégio. Reunia o local as condições necessárias de sossego, de afastamento do reboliço do centro do Funchal, muita água e bons ares, situando-se, ao mesmo tempo, no que então se entendia ser o “meio da cidade”, logo com fácil acesso da população e escolares à futura igreja e colégio (ARSI, Lusitânia, LXVI, fl. 140). Resta acrescentar que deve datar dessa época, entre 1578 e 1590, a primeira obra verdadeiramente perene do futuro conjunto: a torre do colégio. Esta ainda apresenta internamente o compartimento superior, o chamado “andar dos sinos”, coberto por abóbada de nervuras, ao gosto dos meados e finais do séc. XVI. A obra integra-se mal na atual igreja, iniciada somente em 1629, provavelmente segundo traça, entretanto ampliada, de Mateus Fernandes (c. 1540-c. 1597), pois que era o mestre das obras reais, realizada entre 1578 e 1595, interpretando o título do livro das Escrituras das Várias Compras de Cazas q Estavão no Citio deste Collegio (APEF, 1577-1627), que refere que as casas que se compraram já estavam levantadas, “salvo a torre que está debaixo da igreja”, deduzindo-se que a torre foi levantada depois de feitas essas compras.
Os arquitetos romanos da Companhia tentaram estabelecer uma planta-tipo que respondesse às principais necessidades de um colégio, assunto que chegou a ser colocado na 3.ª Congregação Geral dos Jesuítas, em 1573, pela província de Nápoles. O arquiteto jesuíta Giuseppe Valeriano (1542-1596) terá mesmo composto um trabalho, infelizmente perdido, sobre as construções da Companhia e, em sequência, o geral Everardo Mercuriano (1514-1580), francamente favorável do projeto “planta-tipo”, enviou ao provincial de aragão, a 1 de janeiro de 1580, umas instruções detalhadas sobre o uso destas plantas (traças comunes) feitas em Roma (VALLERY-RADOT e LAMALLE, 1960, 8). Todavia, a morte súbita de Everardo naquele ano e a consecutiva nomeação do novo geral, Cláudio Aquaviva (1543-1615), que não era favorável ao intento, fez gorar a iniciativa. O próprio colégio do Funchal, p. ex., não obedeceu a um planeamento rígido, tendo havido alterações nas várias campanhas de obras, e nos arquivos da Companhia não encontrámos qualquer referência a pedidos de alterações. Com efeito, o colégio foi inicialmente previsto com um pátio e tem hoje dois, de campanhas de obras diferentes; a capela-mor da igreja entra francamente num dos corredores do colégio, sinal de ter havido dificuldades de articulação geral do espaço; a torre da igreja não se integra nem com a mesma nem com o colégio, parecendo, pelos pormenores de construção, ser anterior a todo o conjunto; etc. No mesmo sentido, um ou dois dos visitadores mandaram iniciar as obras sem que houvesse aprovação para tal do geral da Companhia, em Roma, alegando que a autorização viria depois.
O célebre P.e Pedro da Fonseca (1528-1599), um dos mais habilitados professores da Companhia, na sua qualidade de visitador, deslocou-se ao colégio do Funchal, em fevereiro de 1592, conforme nos informa o P.e Fernão Guerreiro (1550-1617), em carta do mês seguinte (ARSI, Lusitânia, LXIX, fls. 1-2). Infelizmente, a informação é bastante sumária, pois a principal intenção deste religioso é queixar-se para Roma do então reitor do colégio, lamentando que o visitador não o tivesse mudado. Devemos ao P.e Pedro da Fonseca o envio para Roma de nova versão da planta do colégio e, inclusivamente, uma emenda, embora não saibamos se a emenda diz respeito à planta anterior, de 1575, ou à outra versão, pois é o único exemplar que conhecemos (BNF, Col. Bailli de Bretueil).
Dado só se conhecer a planta do primeiro piso, pouco mais se poderá afirmar sobre o colégio propriamente dito. Esta previa somente a zona de serviços do estabelecimento, com arrecadações, entradas e respetivos controlos, as portarias, refeitórios e anexos (as cozinhas deveriam ser exteriores), e pouco mais. No piso superior, deveriam ficar as celas dos religiosos, a biblioteca e as salas de aulas. A planta da igreja é muito simples: apresenta ainda três naves, marcadas no desenho por cinco pares de colunas, tem três portas na fachada, não tem capela-mor definida e é sem transepto ou com transepto inscrito. Na verdade, na planta, o transepto está sugerido por um ponteado entre os dois últimos pares de colunas, talvez indicando uma alteração do tipo de cobertura, e a capela-mor está assinalada pelo desenho dos altares, um mor e dois colaterais. Não existem outros altares ou capelas nas naves. Para o lado da R. dos Ferreiros, marcaram-se janelas e, para o pátio, as portas.
É provável que um esquema muito semelhante a este tenha sido iniciado e, depois, com o tempo, ampliado, resultando nos edifícios que temos hoje. Com as diretivas do Concílio de Trento, de que foram fiéis executores os membros da Companhia, foram eliminados de base os luxos e as decorações, tentando-se a máxima simplicidade e eficiência nos edifícios religiosos. No entanto, primeiro por influência dos doadores e protetores da igreja, depois por determinadas necessidades do próprio culto, as construções jesuítas acabaram por atingir dimensões, escalas e empolamentos decorativos até então nunca executados. Nesse quadro, quando em 1629 se iniciaram as obras da igreja do colégio, dedicada a S. João Evangelista, o espaço inicialmente destinado era exíguo (TOMÁS, 1635), tomando a construção uma ala do pátio que lhe ficava anexo, assim como as salas para norte e acabando, inclusivamente, por o próprio camarim do altar-mor ficar saliente no atual corredor das antigas capela e biblioteca. Este planeamento previa somente um conjunto de edifícios à volta de um pátio, depois “pátio dos padres”, com uma igreja simples. Com o empolamento excecional da igreja, uma das construções mais notáveis que existe na ilha, terá vindo a edificação do segundo pátio, a norte, o “pátio dos estudantes”, contemporâneo ou até anterior à construção da igreja (1629), uma vez que o portão das aulas, que com certeza ficava anexo ao conjunto edificado, dando para a cerca e R. dos Ferreiros, tem a data de 1619.
Até ao momento, não foram encontrados documentos que esclareçam o encadeamento correto das várias campanhas de obras do colégio durante os sécs. XVII e XVIII. Até nós, chegou notícia do início das obras, de a torre ter sido levantada de 1578 a 1590 e de ala do Castanheiro ter sido executada entre 1595 e 1599, ano em que se escreveu que estava quase pronta (ARSI, Lusitânia, LXXXV, fl. 123v), embora num esquema muito simplificado em relação ao que vemos hoje. Conhecemos ainda uma ou outra descrição sucinta do colégio, mas já do séc. XVIII e também os inventários oficiais, realizados quando da extinção da Companhia e portanto datados do início da segunda metade da mesma centúria. No entanto, estes inventários debruçaram-se principalmente sobre o espólio da igreja de S. João Evangelista e limitam-se a dar o inventário da capela interior do colégio, não constando neles, estranhamente, p. ex., qualquer mobiliário do mesmo colégio, incluindo o das celas dos padres ou o das salas de aulas.
Até 1599, todas as cartas referem que o edifício não estava ainda construído, queixando-se mesmo o P.e Lopo de Castanheta, em janeiro de 1592, que o “colégio, ainda que velho no material, por o novo se não ter principiado”, no espiritual estava bem (ibid., LXXI, fls. 22-23). No relatório de 1599, já refere que os padres “estavam até agora muito mal agasalhados, com casas que foram de homens seculares, pequenas, e ruins. Este ano de 99 se começou o edifício novo e já está feito um pedaço em o qual se começou e se fazem sete câmaras” (ibid., LXXXV, fl. 123v).
Sabemos que os padres do colégio do Funchal enviavam, p. ex., para outros colégios, pães de açúcar, por certo, “casquinha” (conserva de fruta em calda), a principal exportação dos meados do séc. XVII até aos inícios do XVIII e também, com certeza, vinho malvasia, de que possuíam a mais célebre fazenda produtora: a Fajã dos Padres. Gozando de várias quintas, o colégio tinha certamente arrecadações, embora o vinho devesse ser feito fora. Em 1669, no relatório do reitor Sebastião de Lima, descreve-se que os padres da Companhia haviam feito uma parceria com o comerciante inglês Richard Pickford, pois “para o bom serviço do Colégio era necessário um barco, o qual se fez de novo e se tem de meias [...] servindo a ele e ao Colégio”. Descreve-se ainda que se tinham feito “outras obrazinhas, que se não dizem, para mor comodidade do colégio e suas oficinas” e que “em todos os cubículos do colégio que estavam sem reparo algum às inclemências do tempo, se puseram vidraças muito boas, e com as suas almofadas à roda para melhor resguardo e conservação delas” (ANTT, Cartório..., 34-24).
Este documento é muito interessante por descrever a comida servida no colégio nestes anos: “No que toca ao sustento dos religiosos se procurou que se melhorasse o pão, como em efeito se melhorou, se deu sempre à comunidade o vinho mais escolhido que havia em casa, havendo muito bom, a carne sempre se procurou que fosse a melhor que se cortava na terra” e “no peixe houve grande vigilância para se dar bom e fresco, e se se podia descobrir se dava” (ibid.). O pescado sempre foi um problema grave no Funchal, dada a não existência de baixios à volta da ilha, pelo que a maior parte do peixe que se encontrava à venda era arenque importado pelos comerciantes britânicos e, muitas vezes, em mau estado de conservação.
Um dos problemas que sempre afetou a ilha foi o da carne, sujeita a forte restrição estatal e com pesados impostos. Assim, um dos primeiros privilégios obtidos pelos Jesuítas foi o de poderem adquirir a carne que necessitassem no açougue municipal, bem como o de poderem abater e cortar carne nas suas próprias instalações (ARM, Câmara..., tombo 2, fl. 39). Aliás, este era um privilégio usufruído pelo cabido da sé, pelas freiras de S.ta Clara, etc. O açougue do Funchal situava-se então, por volta de 1570, junto à foz da ribeira de Santa Luzia, num pequeno largo que é hoje ocupado pelas instalações da alfândega nova e onde vinham dar as duas pequenas ruas que nasciam no poço novo e que mais tarde viriam a ter a designação de “Tanoeiros de Baixo” e “Tanoeiros de Cima”, esta última hoje denominada R. 5 de Outubro.
Descreve o antigo reitor que “nos dias mais solenes dos nossos santos e nas Páscoas se dava de jantar com grande largueza nos limites religiosos, e todos os dias que se convidava o senhor governador se dava na mesma forma de jantar à comunidade, e nos mais dias em casa como na quinta, os anti pastos sempre foram de galinha, ou peru, ou frangos, ou leitões, ou coelhos, ou cabritos, e nunca na quinta se faltou com o pospasto [sobremesa] de doce à comunidade”. Assim se tinha feito provimento de passas e, mandando “a lista prover com 4 arrobas, nos primeiros 2 anos se proveu com 10 arrobas, e no 3.º com 14, com que o colégio teve abundantemente gastos, e mais não faltou abundância de fruta, e de queijos, assim de Alentejo, como flamengos”. Acrescenta ainda que “no tempo da carne de porco houve desta abundância, e no outro tempo para as festas houve presuntos, mandados pelo padre reitor do reino, e quando estes não haviam, se compravam” (ANTT, Cartório..., 34-24).
Voltando ao edifício propriamente dito, a primeira ala a ser construída foi a que corre sobre a R. do Castanheiro e de que ficaram inúmeros pormenores dos finais do séc. XVI e, provavelmente, também elementos que podem ser anteriores e que foram reaproveitados, como a pequena janela de molduras de cantaria chanfrada, hoje nas escadarias que ligavam os corredores à antiga capela interior e no piso térreo da rua citada. Em toda essa ala ficaram pormenores, no piso térreo, de ombreiras de portas, provavelmente desse ano de 1599 ou de poucos anos depois. O andar superior, no entanto, deve ser já do séc. XVII e, provavelmente, pode ter sido alteado ao longo dessa centúria ou mesmo nos inícios de Setecentos. Uma das campanhas mais interessantes envolveu a fachada ao pátio dos estudantes, que, nitidamente, foi desmanchada e remontada 2 m para dentro do pátio, tendo o piso térreo, do séc. XVI/XVII, ficado semi-emparedado. O andar intermédio manteve a mesma escala intimista e, nessa altura, talvez nos inícios do séc. XVIII, o conjunto terá sido dotado com mais um andar.
Em 1722, Henrique Henriques de Noronha, nas suas Memórias Seculares e Eclesiásticas, ao referir-se à capela de S. Bartolomeu, diz que “daí continuaram a fábrica do seu colégio, na mesma rua, a qual se foi dispondo com o tempo, em tal forma, que hoje é das mais vistosas casas da sua religião, não só nas largas oficinas e corredores que tem em dois formosos claustros [termo que os padres da Companhia não utilizavam, preferindo “pátio”], como na grande extensão da sua cerca. A sua ordinária residência é de 18 ou 20 religiosos, para o que têm suficiente renda” (NORONHA, 1996, 247).
Um manuscrito da BPMP descreve o Colégio de S. João Evangelista, por volta de 1751, mas também de forma muito sumária: “Todo o edifício do colégio consta de cinco corredores, e toda a obra está disposta numa magnífica quadra, na qual entra também a igreja. O corredor da portaria tem o comprimento de 94 palmos, o que no colégio chamam grande, trezentos e cinquenta, o da livraria e capela interior do colégio, duzentos e vinte e oito, o corredor que se intitula O Eirado, cento e sessenta e dois, o do lavatório, duzentos e quarenta e seis; em todos eles é a largura igual a dezasseis palmos e meio e a altura de vinte e meio” (BPMP, mss. 142).
A descrição corresponde assim ao edifício que temos hoje, sinal de que, depois dos Jesuítas, os militares que ali estiveram, ao longo de quase 200 anos, não alteraram significativamente as estruturas e linhas gerais do imóvel. A fachada ao longo do atual Lg. do Município mantém também as linhas gerais, com o corredor da portaria, com um piso térreo e um intermédio, que deve ter sido construído por volta de 1665, ainda havendo um outro superior. Teve um remate em frontão sobre o final do chamado “corredor grande”, que percorre todo o edifício ao longo da R. do Castanheiro, mas que desapareceu nos finais do séc. XIX, restando apenas algumas fotografias. Teve igualmente um alpendre, no acesso à portaria, coberto por coruchéu, como existe em quase todos os restantes colégios portugueses e de que ficou uma gravura inglesa dos inícios do séc. XIX (ARM, Arquivos particulares). Esse alpendre terá desaparecido com as obras de 1835, quando também desapareceu a ampla escadaria, a pedido da CMF, para ampliar a então R. do Ouvidor (ARM, Câmara..., tombo 17, fls. 300v-302).
Ao longo da atual R. dos Ferreiros, antiga R. do Estudo, estende-se o “corredor do eirado”, advindo de obras efetuadas, por certo, nos inícios do séc. XIX, dada a amplidão e escala das salas. Nos finais de Setecentos, o governador da Madeira informava da progressiva degradação das estruturas do colégio, nomeadamente no referido corredor, “para onde davam os dormitórios”, salientando-se “que fica para a parte da Rua dos Estudos com as asnas podres” (AHU, Madeira, 1767). Esta informação aponta a existência de “dormitórios” sobre a atual R. dos Ferreiros, o que quer dizer que o colégio do Funchal teria tido internato, informação que não conseguimos confirmar por mais nenhuma fonte. Este corredor deverá o seu nome a um eirado existente a norte, do qual ficaram alguns degraus de uma escada de acesso, assim como outros pormenores de cantaria, inclusivamente, ao gosto do séc. XVI. Parece ser assim uma das estruturas mais antigas de todo o colégio, com uma janela de cariz quase militar, aparentando ser das primeiras obras dos jesuítas, aquelas que foram feitas entre 1587 e 1590, sob orientação do já mencionado Mateus Fernandes, na mesma altura em que se levantou a torre, depois integrada na igreja. Nesta fachada sobre a R. dos Ferreiros subsiste o antigo “portão das aulas”, o elemento datado mais antigo do colégio (1619) e que está dotado das armas reais portuguesas, e também ainda subsiste o antigo campanário das aulas, a rematar este corredor.
Os dois corredores perpendiculares (o da livraria e da capela e o dos lavatórios) são realçados na fachada da R. dos Ferreiros, em relação ao corredor do eirado, por frontões rematados com pináculos e que, pela sua elegância, nos parecem mesmo de meados desse séc. XVIII. Interiormente, ainda mantêm as conversadeiras, com bancos de encosto de madeira, o mesmo acontecendo ao longo desse corredor em algumas das salas voltadas para a R. dos Ferreiros e para o pátio dos estudantes, do corredor dos lavabos, mas mais pequenos e sem os encostos de madeira.
A fachada sobre a atual R. dos Ferreiros deve ter conhecido pelo menos três campanhas de obras. A primeira terá decorrido no séc. XVII e dela, em princípio, somente restam, no interior do edifício, junto à fachada norte desta ala, hoje no pátio dos estudantes, vestígios de portas e janelas, deixadas ficar nas obras de reabilitação de 2000 e 2001 como elementos de memória, e também uma janela no piso superior, geminada, que se afasta muito de todo o restante conjunto. Entre os finais do séc. XVII e os primeiros anos do XVIII deve-se ter reconstruído este corpo, dotado de três portas, no piso térreo de um conjunto monumental, que devem ter sido muito afetadas pelo terramoto de 1748. Depois do terramoto, todo o conjunto deve ter tido obras, reformulando-se as grandes janelas do final dos corredores, rematadas à R. dos Ferreiros por frontão triangular e pináculos, com o emblema da Companhia em estuque relevado, infelizmente só reconhecível pela cartela.
Pelas evidências nas cantarias das antigas portas, os panos laterais do conjunto terão tido grades de ferro fixas e, o central, móveis, sem portadas de madeira. Como nos restantes colégios, terão tido, com certeza, alpendre. Dariam assim acesso a um vestíbulo que ainda aparece desenhado por António Pedro de Azevedo, em 1862 e em 1865, com a indicação de “Antiga Entrada do Quartel”, tendo ao lado a “Antiga Casa da guarda” (DSIE, 5558-1A-12A-16 e 1333-2-22A-109), e que dava acesso ao pátio por um amplo arco de cantaria, encimado à direita por campanário. Todo o lintel do conjunto era formado por dupla fiada de cantaria rija insular e sofreu, entretanto, um grande desastre, pelo que desapareceram os tramos centrais das cantarias e toda a estrutura ficou desaprumada. Tudo leva a crer ter sido no grande tremor de terra do dia 31 de março de 1748 que os lintéis caíram e a estrutura cedeu. Não havendo então possibilidades de repor os lintéis, toda a estrutura foi entaipada. No tempo dos Jesuítas, ainda teria havido uma entrada central e uma pequena porta no vão sul, de que ficou o lintel e evidências no aparelho de enchimento.
Estas portas terão sido totalmente entaipadas, por volta de 1847, por motivos de segurança, quando António Pedro de Azevedo executou a nova entrada pela R. do Castanheiro, dotada de aparatoso portão neoclássico, em 1865, como se pode ver pelas plantas militares. Até então, a R. do Castanheiro era quase uma azinhaga, muito apertada, tendo a câmara do Funchal pedido a sua ampliação à custa da cerca do colégio, em 1842. A autorização militar veio em 1847, transferindo-se depois a casa da guarda para aquele lado. Mais tarde, em 1865, seria igualmente transferida a prisão do quartel do antigo pátio dos estudantes para aquela área, ficando anexa à casa do sargento da guarda.
O conjunto de salas do antigo vestíbulo, interiormente, parece também ter tido problemas na estrutura, havendo reforços para oeste em todos os arcos intermédios de alvenaria, que se mantiveram, na generalidade, nas obras executadas em 2000 e 2001 (CARITA, 2001). Não se tomou essa opção nas impostas do arco principal, frente à entrada, dado ser em cantaria, libertando-as assim visualmente, bem como ao campanário superior, novamente dotado de um pequeno sino. Para sul, este vestíbulo devia comunicar com o corredor da portaria da igreja, de que ficou amplo arco de cantaria entaipado. Nesta área, repôs-se ainda a antiga porta de ligação às escadas de acesso ao piso superior, entretanto entaipada, e que já não é indicada nas plantas militares, cuja articulação inicial não é percetível, repondo-se um lanço de escadaria para acesso em cantaria aparente.
O corredor da livraria e da capela liga a R. dos Ferreiros à do Castanheiro, onde ficava antigamente a biblioteca, que pensamos ter sido na atual sala do conselho geral ou na sala grande que fica nas instalações da diocese, para sul. Este corredor dá acesso à escadaria da antiga capela, onde se mantém ainda o que parece ser uma janela dos finais do séc. XVI, base do que teria sido um corrimão de que só ficou a pilastra superior, arcarias dos sécs. XVII e XVIII, portas com ombreiras de cantaria ao gosto dos inícios ou meados do XVII, de cariz maneirista e, no piso térreo, portadas de madeira dos meados do XVIII, das poucas que ainda restam.
Paralelo a este corredor e fechando o edifício do colégio a norte, fica o corredor dos lavabos, onde deveriam ficar essas instalações do tempo dos Jesuítas, mas das quais se não compreende já o que possa restar. Na articulação com o corredor grande, existe um armário de parede com arco de tijolo de burro que pode ser o que ficou dos citados lavabos. Subsiste ainda, neste corredor, o teto de caixotão de madeira dos sécs. XVII e XVIII que, nos restantes corredores, foi substituído por estuque, ao tempo da ocupação militar. Restam igualmente nas suas pequenas salas o que parecem ter sido cubículos dos antigos padres da Companhia, que se repetem também no corredor grande, sobre a R. do Castanheiro, com um armário de parede, janelas com assento individual e portada com banco de cantaria; também permanecem alguns dos tetos de madeira de Seiscentos e de Setecentos.
As janelas de todos estes corredores que dão para o pátio dos estudantes apresentam grande escala e bancos duplos de assento de pedra, as chamadas “conversadeiras”, que pela escala devem ser produto da campanha de obras dos inícios do séc. XVIII. Para a cerca, a norte e para a R. do Castanheiro, subsistem bancos idênticos, mas individuais, no espaço que teria sido das celas dos padres, algumas ainda dotadas de armários embutidos na parede, numa grande austeridade formal.
As primeiras dificuldades do colégio começaram a ocorrer no episcopado de D. Fr. Manuel Coutinho (1673-1742), quando a Madeira foi autenticamente varrida pela tempestade rigorista da jacobeia. O tardio jansenismo em Portugal tem sido mais ou menos ignorado pela historiografia oficial, parte da qual de raiz eclesiástica, chegando o Elucidário Madeirense a mencionar ingenuamente que “nas crónicas insulares que nos foi possível consultar, poucas referências encontrámos à sua [de D. frei Manuel Coutinho] ação episcopal” (SILVA e MENEZES, 1998, I, 329). Com um episcopado de quinze anos, onde se chegou a mandar prender toda a vereação camarária do Funchal, tendo a porta da câmara sido arrombada à força de machado, e em que vários eclesiásticos se tentaram suicidar e as freiras da Encarnação abandonaram intempestivamente a clausura, avançando de cruz alçada para o centro da cidade numa atitude ímpar na história insular, não nos parece haver “poucas referências” à sua ação episcopal.
A preparação da operação de encerramento do colégio da Madeira iniciou-se com o afastamento da ilha do então governador Manuel Saldanha da Gama (1712-1771) e a apresentação do novo bispo diocesano, D. Gaspar Afonso da Costa Brandão (c. 1720-1784), o qual, segundo as leis de então, assumiu o lugar de governador interino (AHU, Madeira, cx. 130). A preparação teria sido meticulosa, pois só perto de dois anos depois chegava o novo governador. Não teria sido corretamente avaliada a situação em que se encontrava a Companhia, nem pelos Jesuítas da Madeira, nem pelos do continente, quando tudo apontava para um conflito iminente.
A prisão dos padres da Companhia na Madeira foi toda preparada em Lisboa, pois tendo a nomeação do governador José Correia de Sá ocorrido a 17 de maio de 1758, este apenas se apresentou no Funchal a 27 de maio de 1759, mais de um ano depois, já com todas as instruções na sua posse, recebendo então o governo do bispo referido (ibid., cx. 161). Transmitidas as instruções que trazia de Lisboa (ARM, Governo..., 985), dois dias depois, a 29 de maio de 1759, as instalações do colégio eram cercadas por forças militares às ordens do governador, perante a surpresa geral. Os padres ficariam presos no seu próprio colégio ao longo de quase um ano, só embarcando para Lisboa a 16 de julho de 1760.
Durante o ano de prisão dos Jesuítas no edifício, foram confiscados todos os documentos aí existentes e a biblioteca; nas várias residências destes padres na Madeira, tudo foi retirado. Simultaneamente, foram inventariados os seus bens, em especial os das três quintas, que foram vendidas pela PJRFF alguns anos depois, num processo complexo. O espólio religioso do antigo colégio foi, entretanto, transferido para outras igrejas, dando-nos disso testemunho os sucessivos inventários (ANTT, Tribunal..., 1760; JPRFF, 1767 e 1788; etc.).
Em 1768, o colégio foi utilizado para servir de aula militar e, dez anos depois, doado para seminário, tomando a diocese posse do mesmo a 22 de setembro de 1787 (AHU, Madeira, cx. 42). Mas com a invasão inglesa de 1801 e a utilização do colégio para aquartelamento, o edifício não voltou à posse da diocese. Ali seria instalado o batalhão de artilharia, em 1802; em seguida, entre 1808 e 1814, as novas tropas inglesas de ocupação; após a saída das mesmas, o batalhão de infantaria do Funchal, que somente viria a sair dali para as novas acomodações em São Martinho, estas inauguradas a 31 de outubro de 1970.
No entanto, até ao final da déc. de 1980, ficariam ainda a funcionar nas instalações do antigo quartel do colégio a cooperativa militar e a banda militar, mesmo depois da aquisição do edifício pela JGDAF, em 1970, para aí instalar a Escola Preparatória João Gonçalves Zarco, a que se seguiu a Escola do Magistério Primário, a Escola Superior de educação e, no início da déc. de 90, a UMa. Com a transferência dos departamentos da universidade para o novo complexo da Penteada, em 1991, o edifício passou a sede da reitoria, iniciando-se progressivamente um vasto programa de recuperação do conjunto edificado e funcionando o antigo colégio, de certa forma, como uma “sala de receção” para as visitas de Estado à ram.
Bibliog.: manuscrita: AHU, Madeira, cxs. 42, 130, 161, 1767; ANTT, Cartório dos Jesuítas, 34-24; Junta da Provedoria da Real Fazenda do Funchal, 1767 e 1788; Tribunal da Inconfidência, 1760; APEF, Escrituras das Várias Compras de Cazas q Estavão no Citio deste Collegio, 1577-1627; ARM, Arquivos particulares, Rui Carita, gravura de Locker, jul. 1805; Câmara Municipal do Funchal, Registo Geral, tombos 2 e 17; Governo Civil, 985; ARSI, Lusitânia, 86 vols.; BNB, Cartografia, 1090203, Mateus Fernandes, Planta da Cidade do Funchal, 1567-1570; BNF, Col. Bailli de Breteuil; BNP, Index Geral do Registo da Real Fazenda do Funchal, 1775; BPMP, Sylvio Mondanio (org.), Crónica dos PP. Jesuítas de Portugal. 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Rui Carita
(atualizado a 11.07.2016)